Um relatório desenvolvido pela Agência Internacional de Energia (AIE) mostrou que a chamada energia limpa – aquela gerada por fontes renováveis como a solar e eólica – atrairá mais de US$ 1,7 trilhão em investimentos. É a primeira vez que essa alternativa sustentável receberá mais dinheiro de investidores do que o petróleo, que deve receber cerca de US$ 1 trilhão.
Segundo informações da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os investimentos em energias neutras em carbono devem registrar um aumento de 24% no período 2021-2023. Por sua vez, os valores destinados aos hidrocarbonetos e ao carvão avançam 15% por ano.
“A energia limpa está se movendo rapidamente e mais rápido do que muitas pessoas imaginam. Isso fica claro nas tendências de investimento, onde as tecnologias limpas estão se afastando dos combustíveis fósseis”, disse o diretor-executivo da IEA, Fatih Birol.
De acordo com o relatório, a energia solar deverá receber mais de um bilhão de dólares por dia em investimentos, representando US$ 380 bilhões em 2023. O valor fica acima dos US$ 370 bilhões previstos para exploração e extração de petróleo.
“A energia solar tem se mostrado muito atrativa ao longo dos anos, não só para grandes investidores, mas também para os consumidores no geral. Por exemplo, usando apenas um aplicativo de celular, é possível contratar energia solar por assinatura, o que resulta em uma economia de 25% na conta de luz”, diz Paula Cançado, CEO da WeGen, cooperativa de energia solar da Genyx. A profissional pontua ainda que se trata de um retorno a curto prazo, sem riscos e sustentável. A situação é favorável para quem, por exemplo, não tem condições de instalar o próprio equipamento.
Para quem se interessa nessa fonte de energia, existe também a possibilidade de construir a própria usina elétrica. “Isso acaba sendo mais vantajoso. O investimento vale a pena neste sentido, já que a instalação dos módulos, inversores e todos os equipamentos têm um custo relativamente baixo em vista do retorno. Além de ter uma economia ainda maior, o consumidor se transforma também em gerador de energia nos horários de pico de geração, podendo, em muitos casos, até ganhar dinheiro com isso. Certamente, estes são alguns fatores que justificam o resultado desse estudo”, completa Paula.