Uma descoberta surpreendente chamou a atenção do mundo esta semana. A sonda ExoMars Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia, encontrou água em quantidade significativa no solo de Marte. O trabalho foi realizado com um uso do Detector de Nêutrons Epitérmicos de Resolução Fina, uma ferramenta que pode encontrar amostras de hidrogênio a quase um metro de profundidade.
O detector analisou uma cratera, na região de Valles Marineris, formada pela erosão (que segundo os profissionais é semelhante ao Gran Canyon) para mapear o elemento. “Com o Trace Gas Orbiter podemos olhar até um metro abaixo dessa camada empoeirada e ver o que realmente está acontecendo abaixo da superfície de Marte — e, crucialmente, localizar ‘oásis’ ricos em água que não puderam ser detectados com outros instrumentos”, explicou em um comunicado, Igor Mitrofanov, cientista chefe do telescópio FREND.
A busca por água em Marte
A região onde a água foi encontrada possui cânions que chegam a ser 20 vezes mais largos que os presentes no Grand Canyon. Contudo, a maior parte da água encontrada por lá permanece congelada, por conta das temperaturas baixas.
Segundo Mitrofanov, foi encontrada uma área com uma quantidade invulgarmente grande de hidrogênio no colossal sistema de cânion Valles Marineris. “Assumindo que o hidrogênio que vemos está ligado às moléculas de água, até 40% do material próximo à superfície nesta região parece ser água”, contou Mitrofanov.
“Encontramos uma parte central de Valles Marineris em Marte cheia de água — muito mais água do que esperávamos. Isso é muito parecido com as regiões de permafrost da Terra, onde o gelo de água persiste permanentemente sob o solo seco por causa das baixas temperaturas constantes”, Alexey Malakhov, cientista sênior do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia Russa de Ciências.
(Com informações do Olhar Digital)