Se você já pesquisou algo sobre inovação no cooperativismo, é muito provável que já ouviu sobre Design Thinking em cooperativas. Afinal, a inovação não surge do nada. Ela surge em contextos nos quais é demandada e existem ferramentas específicas para estimulá-la, como o Design Thinking.
Não que o Design Thinking seja uma fórmula a ser aplicada com o intuito de trazer um resultado pronto para um problema. Pelo contrário. O Design Thinking é uma ferramenta da expansão do pensamento.
Então, por meio desta abordagem, as pessoas se colocam no centro da questão, num exercício de empatia. A partir desse posicionamento, as pessoas começam a mapear e misturar seus pontos de vista, sua bagagem cultural. Tudo para entender os processos em andamento e, mais do que isso, o contexto de desenvolvimento de cada um deles.
Assim, o Design Thinking muda a perspectiva das pessoas sobre os processos nos quais elas estão inseridas. Com isso, proporciona a geração de insights que, estes sim, são capazes de fazer a inovação acontecer.
Design Thinking em cooperativas: 4 etapas
Abordar um problema a partir do Design Thinking remete a quatro etapas até o desenvolvimento da solução. E o “duplo diamante” resume essas fases:
- Descobrir
Este é o momento de identificar as oportunidades de inovação. Ou seja, promover um momento de autoconhecimento para listar pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças. Dessa forma, podemos dizer que é algo bastante similar a uma análise SWOT.
Também é o momento de levantar as condições macroeconômicas, fazer pesquisas de mercado e benchmarking. Nesta etapa inicial pode ser interessante envolver profissionais de diversas frentes, pois a multidisciplinariedade é bastante enriquecedora para o processo.
É o primeiro momento de divergência do processo, pois quanto mais amplos forem os pontos de vista, melhor.
- Definir
Com todos os dados disponíveis na mesa, é o momento de listar os insights. Ou seja, de descobrir quais são, de fato, as Oportunidades de Inovação.
Perceba que o sucesso desta etapa está diretamente relacionado à qualidade da etapa anterior. Além disso, é importante ter critérios objetivos para interpretar os dados. Nesse momento, a tecnologia pode ajudar muito, com processadores capazes de tratar grandes volumes de dados.
É o momento de começar a convergir em ideias e hipóteses, fechando o primeiro dos dois diamantes.
- Desenvolver
É neste ponto que o Design Thinking começa a mostrar resultados, pois a oportunidade de inovação surge naturalmente. O produto, processo ou serviço se desenvolve com base em observação das necessidades do cliente e dos dados disponíveis.
- Entregar
Com os produtos idealizados, chega o momento de desenvolver protótipos a serem testados na prática. É o nascimento do MVP (Minimum Viable Product).
Ou seja, a primeira e mais simples versão do produto final. O ideal é que o MVP seja barato, pois a ideia é apenas testar a ideia na prática antes de investir no produto final.
Ferramentas do Design Thinking
Para ter sucesso, o Design Thinking usa recursos para promover tanto o levantamento de ideias quanto sua organização. Algumas delas são:
- Brainstorm
Talvez o mais conhecido processo de levantamento de ideias, o brainstorm prescinde de regras para ser produtivo. A mais importante é a ausência de limitações de pensamento. É importante que os participantes se sintam à vontade para expressar todas as ideias que surgirem.
Para que as possibilidades sejam mesmo inovadoras, é imprescindível envolver pessoas diferentes no processo. Afinal, manter as mesmas pessoas tende a levar às mesmas ideias. Então, quanto mais diverso for o grupo, melhor.
- Mapa de empatia
Como o Design Thinking propõe olhar o problema pelos olhos de quem é por ele afetado, a empatia é um dos recursos mais importantes da metodologia. E o mapa de empatia é fundamental para pautar esse posicionamento de enxergar através de olhos alheios.
- Mapas mentais
Lembra que a etapa inicial do Design Thinking é o levantamento de ideias? É preciso organizar essas ideias para que o resultado seja produtivo. Aí que entram os mapas mentais, que permitem a ramificação de ideias em desdobramentos lógicos.
Há diversas ferramentas disponíveis, algumas gratuitamente, na internet que auxiliam na criação de mapas mentais.
Onde usar o Design Thinking em cooperativas
A metodologia serve para desenvolver produtos e serviços para os cooperados. Mas também muito é eficiente para a criação e otimização de processos internos.
Afinal, a primeira etapa propõe um questionamento muito incisivo sobre o status quo. Então, o resultado é, no mínimo, um brainstorm muito produtivo.
Para o time de vendas, por exemplo, o Design Thinking proporciona a capacidade de se colocar no lugar de clientes e cooperados. Diante dessa oportunidade, fica mais fácil desenvolver estratégias de abordagem.
A análise de dados históricos traz resultados muito ricos para o planejamento estratégico também. Isso porque o Design Thinking se baseia numa análise de percepções e fatos sobre o que deu certo e errado anteriormente.
Conclusão
Como pudemos ver, o Design Thinking em cooperativas é um recurso poderoso para o desenvolvimento de novas ideias. Sejam produtos, serviços ou processos, o Design Thinking auxilia a levantar possibilidades e a organizar a sua execução.
Por isso, vale a pena se aprofundar nas possibilidades que o processo oferece. Mais do que isso, aplicar o Design Thinking em cooperativas sempre que o desafio de desenvolver uma inovação se apresentar.