Conheça 8 erros que podem afetar a Gestão da Inovação em cooperativas

Cada vez mais, as cooperativas têm pensado em desenvolver formas inovadoras de desenvolver processos e soluções. No entanto, ainda há muitas dúvidas sobre como fazer a correta gestão da inovação em cooperativas.

De acordo com Alexandre Carrasco este é um dos maiores erros de organizações que se propõem a pensar em inovação. “Ao inovar, temos que medir, respeitar os recursos e garantir que as etapas sejam cumpridas. Isso não precisa ser burocrático. Precisa ser organizado”, pontua.

Ele, que é consultor organizacional nas áreas de estratégia, inovação e melhoria de processos, acredita que organizações em geral, como cooperativas, precisam incorporar a administração de riscos à gestão da inovação. “Evitar o risco não é uma opção para as organizações que pretendem inovar”, afirma.

E, de acordo com ele, esta é uma postura ainda bastante comum entre as cooperativas. Especialmente porque, devido a uma característica inata a este tipo de organização, a hierarquia ainda é muito engessada. Ou seja, não são empresas que nasceram, necessariamente, inovadoras. Por isso, é importante a cooperativas com este perfil ficarem atentas às tendências de inovação.

Pensando nessas questões, o consultor elencou os 8  principais erros da gestão da inovação em cooperativas. Confira a seguir:

Erro 1 – Considerar a inovação sem escolher a escola de futurismo adequada

Este erro na Gestão da Inovação está relacionado às premissas que a cooperativa adota para o seu sistema de inovação. De acordo com Carrasco, há dois modelos de gestão da inovação. Um deles é o modelo indutivo. Ou seja, voltados às organizações que já nasceram com o mindset digital. Este não é o caso das cooperativas, conforme pontua Carrasco.

Isso significa que as cooperativas precisam se transformar. “Nesse processo, precisam atacar paradigmas, o que é possivelmente o mais difícil para uma organização”, avalia Carrasco.

Por outro lado, há o modelo das chamadas escolas dedutivas. Este tipo de organização precisa antes entender o que será atacado no processo de gestão da inovação. A partir deste entendimento é que as organizações promovem mudanças do comando e do controle. Isso leva, consequentemente, a mais autonomia, fluidez e resultados no processo.

Erro 2 – Falta de alinhamento entre estratégia e inovação

Não saber os motivos pelo qual se pretende ter um processo de inovação é um dos principais motivos do insucesso. É o que afirma Carrasco. Para ele, esta é uma das principais causas do insucesso na inovação.

“A organização promove hackatons e faz parcerias com startups sem saber o que quer com isso”, diz. Este tipo de ação desconexa não traz resultados positivos. Aliás, é até mesmo difícil avaliar quais são os resultados. Pior do que isso, “a organização acaba se queimando no processo com a cadeia de inovação”, alerta Carrasco.

Por isso, o ideal é adotar processos simples, rápidos e ágeis, sempre buscando envolver colaboradores, parceiros e promovendo comunicação adequada.

Erro 3 – Dificuldade em reconhecer capacidades internas

Talvez seja um efeito decorrente da noção equivocada de que inovação demanda criatividade acima da média. No entanto, é certo que muitas organizações têm dificuldade de reconhecer talentos internos no processo de gestão da inovação. Assim, acabam desperdiçando talentos e oportunidades.

Um dos motivos para que isso aconteça, explica Carrasco, é que as cooperativas tratam a inovação como um apêndice. Ou seja, como algo desconectado da operação e de quem se espera soluções mirabolantes. “Com isso, essas organizações deixam de aproveitar as maravilhas que o processo de gestão da inovação pode trazer para a organização”, conta.

Por isso, a recomendação é conhecer as pessoas, permitir diversidade e explorar as melhores habilidades individuais. Isso, é crucial para implementar e obter resultados com inovação. “O ideal é extrair capacidade dos colaboradores e colocar a serviço da inovação”, ilustra ele.

Erro 4 – Aversão a riscos

Para boa parte dos investimentos realizados pelas organizações é possível calcular a Taxa de Retorno e, assim, ter alguma previsibilidade. No entanto, o investimento em inovação é diferente. Afinal, nem sempre é possível fazer análise prévia dos resultados da inovação, conforme pontua Carrasco.

Especialmente quando a inovação busca atacar questões sistêmicas e estruturais. Ou seja, por meio de processos que demoram a amadurecer e mostrar resultados.

Dessa maneira, durante a gestão da inovação é importante que o erro seja visto como aprendizado e que a experimentação seja valorizada. “É preciso medir e aprender, mas evitar o risco não é uma opção para organizações que pretendem inovar”, salienta o especialista em inovação.

Erro 5 – Não valorizar erros

É importante aceitar que o erro faz parte do processo de inovação. E que o erro decorre da experimentação. Então, para Carrasco, acertar, errar, medir e refazer são ações inerentes ao processo de gestão da inovação. É preciso incluir a valorização de erros na cultura da cooperativa.

Logo, a existência de processos extremamente burocráticos leva à perda da agilidade e, consequentemente, de recursos valiosos para a inovação. “É importante valorizar as ideais, pois todo mundo têm ideias inovadoras”, explica. “Ao envolver as pessoas nessas ideias, tudo age a favor do processo de inovação”, completa.

Mais do que isso, o envolvimento da liderança facilita o processo e todo o sistema se beneficia disso. Como consequência, a aversão ao risco é mitigada e, com isso, o processo tende a fluir de forma mais natural. “A organização precisa de processos de gestão de pessoas que valorizem comportamentos inovadores”, recomenda Carrasco.

Erro 6 – Reduzir o papel do líder na inovação

Há algum tempo, inovação era associada a cientistas que estudavam temas específicos muito a fundo. O gerente de P&D de uma organização era, portanto, extremamente técnico, um especialista em pesquisa. No entanto, há alguns anos um novo estilo de líder começou a aparecer. Atualmente, a liderança se associa ao profissional que destrava pontos e atua como um facilitador para que as coisas aconteçam.

Além disso, esse profissional líder em gestão da inovação começou a colocar a inovação no negócio. Ou seja, a alinhar a inovação à estratégia, trazendo ao negócio uma percepção diferente da inovação.

Agora, podemos afirmar que as grandes inovações não têm só produtos como principal elemento. Elas trazem clareza à estratégia e se voltam à geração de resultados.

Erro 7 – Estruturas organizacionais inadequadas

Originalmente, as estruturas organizacionais foram criadas para o comando. Isso levou à otimização na gestão e à possibilidade de criar produtos exponenciais, escaláveis. Entretanto, hoje os produtos e serviços são muito mais customizáveis. Logo, o tipo de estrutura necessária mudou. Para uma eficaz gestão da inovação é melhor atuar com estruturas pequenas, enxutas, com muita autonomia e capacidade. Assim, elas podem errar e se auto avaliar para se reinventarem. São estruturas muito mais eficientes para a gestão da inovação. “Um líder nesse ambiente é alguém que faz com que os pontos sejam conectados, liberando amarras e burocracias para o funcionamento do time”, lembra Carrasco.

Erro 8 – Não ter processos de gestão da inovação

É um mito pensar que inovação é sinônimo de criatividade, de criar fazer novos produtos. “Isso não faz sentido ao falar de gestão da inovação”, alerta Carrasco. Embora a criatividade seja importante para a inovação, é preciso implementar as ideias, empenhando esforço para que aconteçam.

Isso demanda um tipo de organização específica. Ou seja, demanda gestão da inovação ativa. “Temos que medir, respeitar os recursos e garantir que as etapas sejam cumpridas. Isso não precisa ser burocrático. Precisa ser organizado”, compara Carrasco. Abrir mão de processos de gestão da inovação é, para Carrasco, possivelmente o principal erro ao implementar um processo de inovação numa cooperativa.

FONTE: COONECTA

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