O campo brasileiro caminha para ter uma conexão plena de internet

Esta semana um grupo de empresas fez a coletiva de imprensa da ConectarAGRO. A iniciativa já tinha sido apresentada em 2019, em uma feira em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, mas, agora, foi formalizada em uma associação. A ideia é que o campo tenha acesso à internet semelhante ao dos consumidores da cidade.

Segundo dados divulgados pela associação, apenas 1% das pessoas na cidade dizem não ter acesso à internet, contra 21% das que ficam no campo. Ano passado, o grupo conectou com tecnologia 4G (de 700 MHz) 5,1 milhões de hectares; até 2021, a meta são 13 milhões de hectares. O custo médio para a implantação da rede nas propriedades equivale a meia saca de soja por hectare.

A Frísia Cooperativa Agroindustrial, quando lançou a plataforma Digital Agro e antes disso – na primeira edição da feira há quatro anos –, já levantava essa urgente necessidade. Quando não se dá para aumentar a área e os custos já estão estáveis, somente ações inovadoras e tecnológicas podem ocasionar no aumento da produtividade, o “fazer mais no mesmo lugar”, reduzindo os gastos e elevando a qualidade.

O campo está em outro patamar no Brasil. Ele foi o único setor que apresentou crescimento durante a pandemia da Covid-19, um dos primeiros a serem considerados atividades essenciais e, com o conflito EUA x China, ganhou mais espaço no mercado internacional.

Grandes, médios e pequenos produtores, de forma urgente, precisam de uma internet de boa qualidade para que todo o trabalho 4.0 seja colocado em prática. Detalhe: sem uma conexão de qualidade, fica muito mais complicado fazer uma gestão da propriedade – também várias vezes citadas nesse espaço – que se atente ao mercado atual. Gerir uma propriedade hoje vai muito além do caderninho de bolso.

A sucessão familiar, outro assunto em constante discussão, sem dúvida, será facilitada com instrumentos para a manutenção da atual geração nas propriedades. Filhos e netos dos pioneiros precisam das mesmas ferramentas obtidas nos centros urbanos para implementar o que aprenderam nas graduações.

Tudo, atualmente, necessita de uma conexão. As máquinas lançadas anualmente pelas montadoras, por exemplo, exigem mais identificação em tempo real das ações, monitoramento do trabalho, análise das áreas, aplicativos, softwares, entre outros mecanismos que simplificam e efetivam o trabalho.

E é nesse momento que vem a pergunta: se sem internet em todas as propriedades o Brasil se tornou um dos maiores produtores de alimentos do mundo (se não o maior), imagine aonde pode-se chegar com uma conexão de qualidade?

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