Além das baixas temperaturas, o inverno 2023 no Brasil vai exigir que os agricultores brasileiros enfrentem os desafios trazidos pelo El Niño. Com previsão de persistir até março de 2024, de acordo com o Centro de Previsão Climática da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o fenômeno meteorológico traz secas severas no Norte e Nordeste e muita chuva no Sul do Brasil.
A grande possibilidade de ocorrer variações climáticas abruptas gera incertezas para o agro, causando impactos na segurança alimentar. Graças a tecnologia, contudo, é possível prever e antecipar o impacto do El Niño com maior precisão, reduzindo as perdas.
Segundo uma pesquisa realizada recentemente pela EY Decarbonization Framework, as mudanças climáticas são apontadas como o principal risco para o setor entre 47% dos investidores. “Por esta razão, a previsibilidade é fundamental para o agronegócio e a tecnologia tem desempenhado um papel fundamental nesse cenário”, garante o especialista em tecnologia para o agronegócio, Bruno Barros.
Assim, Barros afirma com certeza que a agricultura de precisão é uma importante aliada. Os produtores podem fazer uso de sensores, drones, imagens de satélite e sistemas de monitoramento para coletar dados em tempo real sobre as condições do solo, clima e culturas.
Por conta dos algoritmos de inteligência artificial e machine learning, os agricultores têm acesso a análises precisas e importantes para a tomada de decisões assertivas. “Além disso, há também questões ligadas a sustentabilidade da prática, pois ao adotar a agricultura de precisão, os produtores podem otimizar recursos, como água e fertilizantes, evitando desperdícios e reduzindo os impactos ambientais, bem como a segurança, pois a aplicação precisa de insumos agrícolas, como defensivos e fertilizantes, pode ser realizada de forma mais eficiente”, fala.
As previsões climáticas também ganharam reforço tecnológico. “Com o auxílio de supercomputadores e algoritmos avançados, esses modelos podem simular cenários climáticos futuros, permitindo que os agricultores se preparem antecipadamente para condições adversas, além de terem informações precisas sobre o momento adequado para o plantio, o manejo de irrigação, a aplicação de defensivos agrícolas e a colheita”, ressaltou Barros, que também é account Manager da dataRain para o agronegócio.
Atualmente, os sensores espalhados por diferentes regiões agrícolas são capazes de coletar informações em tempo real sobre temperatura, umidade, radiação solar e velocidade do vento. “Esses dados são transmitidos para centros de análise, onde são processados e utilizados para atualizar e aprimorar os modelos climáticos existentes, o que auxilia ainda no aperfeiçoamento das soluções. É preciso continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento, pois os desafios no setor ainda são bastante complexos”, finalizou.
(Com informações do Portal do Agronegócio)