A Varda, startup de tecnologia fundada pela Yara International anunciou, no início de março, a sua chegada ao Brasil e seus planos de criar um CEP agrícola brasileiro. Com o projeto, cada talhão terá uma identificação única, que poderá ser utilizada para integrar e compartilhar informações entre diferentes plataformas digitais e acelerar a transição para um sistema alimentar positivo para a natureza.
Utilizando a ferramenta “Global Field ID”, a empresa pretende mapear não apenas o território agrícola brasileiro, mas do mundo todo. “Temos hoje o desafio global de promover a redução de emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo em que precisamos produzir mais alimentos. Diante deste cenário desafiador, a Varda chega para impulsionar soluções colaborativas, possibilitando a união dos elos da cadeia de produção”, disse Deise Dallanora, líder da iniciativa para o Brasil e América Latina.
Atualmente, os agricultores e empresas do setor utilizam diferentes modelos para identificar as áreas de cultivo com suas ferramentas digitais, o que dificulta a interoperabilidade e a colaboração em todo o setor. Contudo, com o Global Field ID em mãos, a startup faz o monitoramento utilizando satélites e outras tecnologias de monitoramento para mapear digitalmente o território agrícola.
Com IDs exclusivos, cada lote terá um endereço único, que é enviado aos usuários por meio de uma API. O objetivo do serviço, de acordo com a empresa, é criar uma linguagem geoespacial comum para a indústria como um todo. Isso facilitaria o trabalho como um todo, já que o uso de um identificador único permite que todos os participantes da cadeia podem ter acesso às informações.
Outra vantagem da criação do CEP agrícola é a melhor rastreabilidade que ele promove. Assim, fica fácil acompanhar, por exemplo, o histórico de práticas agrícolas nas propriedades rurais, e fazer o monitoramento de dados de desmatamento. Isso acaba beneficiando o produtor, inclusive, com o mercado de créditos de carbono.
Deise Dallanora conta que o “Global Field ID” traz elementos fundamentais para impulsionar práticas de descarbonização da agricultura, que é a colaboração e consequente redução da fragmentação dos dados ao longo da cadeia. “Nosso objetivo é reunir empresas, agricultores e outras instituições públicas e privadas do setor que compartilhem da aspiração por um ecossistema alimentar sustentável e resiliente. Tudo isso contribuirá para trazer transparência aos processos de uma agricultura cada vez mais próspera, em todos os sentidos”, finaliza.