Mesmo com a alta no preço do café, a bebida continua sendo uma das mais consumidas do planeta, perdendo apenas para a água. De acordo com Pavel Cardoso, presidente da Abic, o consumo de café no Brasil cresceu cerca de 1,7% apenas no ano de 2021. Ainda no mesmo ano, o consumo global da bebida demandou um volume físico equivalente a 167,58 milhões de sacas de 60 quilos.
No entanto, a bebida que é mundialmente apreciada, passou a ser considerada como luxuosa em diversos lugares pelo mundo. E são diversos os motivadores, como questões geopolíticas e logísticas relacionadas à pandemia, por exemplo, que provocaram alta no preço do café.
Dificuldades no cultivo
O cultivo do café só pode ser feito ao ar livre, e muitas vezes sem irrigação. Sendo que as duas principais variações, robusta e arábica, têm preços diferentes, resultando em condições de cultivo diversas. O café arábica, considerado como de melhor qualidade, só se desenvolve em condições climáticas específicas.
Dessa forma, de acordo com Jordan Montgomery, gerente de Marketing da Fjord Coffee Roasters Berlin, as mudanças climáticas no Brasil, país que é o principal produtor mundial do grão, também contribuíram com o cenário.
“Houve fortes geadas em julho de 2021 [no Brasil], elevando o preço para 5,55 dólares o quilo. Em julho de 2022, o preço chegou a 5,80 dólares, antes de recuar para 4,80 dólares em agosto.”
Bebida de luxo
A bebida pode se tornar bebida de luxo também na Europa, que já começou a sentir os efeitos da alta do preço do café. E, apesar de os valores ainda não estarem sendo repassados ao consumidor final, essa não é uma possibilidade descartada. Com o aumento médio dos últimos 12 meses chegando a 6%, é indiscutível “repassar alguns custos para nossos clientes e aceitar margens de lucro mais baixas para alguns produtos”, destaca Montgomery.
(Com informações de Correio Braziliense)