10 megatendências para a cadeia produtiva da carne bovina

A cadeia produtiva da carne bovina vem sofrendo inúmeras mudanças graças à modernização trazida pelos avanços tecnológicos. Essas inovações permitem hoje uma produção com mais qualidade, produtividade e, sem dúvida, competitividade ao produtor.   

Para entender melhor essa evolução e colaborar com os produtores, o Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa Gado de Corte, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realizou um estudo sobre os próximos vinte anos da cadeia produtiva da carne bovina no Brasil.   

O resultado dessa pesquisa aponta as principais megatendências que impactarão na cadeia produtiva do futuro! Confira abaixo.

1. Biológicos à frente no manejo de baixos resíduos

Até 2040 os especialistas apostam que os produtos biológicos serão a base da sanidade bovina. O avanço na produção dos fármacos biológicos colabora com a maior aceitação das proteínas animais pelos consumidores. Ele ainda diminui o risco de contaminação ambiental e ajuda na diminuição dos embargos comerciais por questões sanitárias.

2. Biotecnologia transformando a pecuária e a carne

A biotecnologia vai afetar, e muito, a saúde animal e o melhoramento genético nos próximos anos. As doenças e parasitos que mais preocupam os produtores terão soluções práticas de prevenção e controle. A genética dos bovinos de corte também ganharão muito, com aumento na resistência animal, produtividade, precocidade e qualidade da carne.

O melhoramento genético será difundido ainda mais, principalmente, a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), TE (Transferência de Embriões), FIV (Fertilização In Vitro) e edição gênica. Os saltos produtivos e de valor da produção de bovinos de corte serão marcantes para a cadeia toda.

3. Menos pasto, mais carne

Uma das maiores preocupações do mundo é em relação à sustentabilidade. Com os avanços tecnológicos, a pecuária de corte vai mudar muito! Os pecuaristas precisam estar preparados para inovar na na gestão. Segundo o estudo da Embrapa, teremos um aumento expressivo em área de ILPF(Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Haverá também uma significativa redução nas áreas de pastagem e um crescimento no número total de cabeças.

4. Lucro apenas com bem-estar animal

O bem-estar animal ditará as regras do jogo na pecuária do futuro. Produzir respeitando o bem-estar animal ao longo de toda a cadeia será prioridade. Em alguns anos serão exigidos certificados de produção e bem-estar animal de transportadores, produtores e frigoríficos.

A rastreabilidade será fundamental para comprovar as boas práticas produtivas e sustentabilidade e terem aceitabilidade do mercado. Segundo os estudiosos, aqueles que não se adequarem à nova forma de consumir da população, serão eliminados do mercado.

5. Pecuária consolidada com grandes players

O futuro exigirá produtores que investem mais em tecnologia e gestão. Segundo o estudo, será um processo de seleção natural, em que metade dos pecuaristas de corte serão eliminados da atividade se não melhorarem seus padrões produtivos e gerenciais. Espera-se que haja uma redução significativa de produtores, em que apenas se manterão na pecuária de corte os verdadeiros profissionais do setor.

6. Frigorífico: mais natural e com maior exigência de qualidade

Até mesmo os frigoríficos terão que se preparar para o futuro. Para atender um consumidor cada vez mais criterioso, haverá necessidade de aumento das exigências na aquisição de matéria prima provenientes dos pecuaristas, com marcante demanda por avanço na qualidade de carne e exigências por sistemas de manejo sustentáveis, com ampla adoção de produtos biológicos e implementação rigorosa de bem-estar animal em suas propriedades. Tendência forte para atender o mercado externo, essa também será refletida no modo de consumo dos brasileiros, que se tornarão mais conscientes e exigentes quanto à aquisição de produtos cárneos.

7. Carne com denominação de origem

Pecuaristas e frigoríficos do futuro terão a missão de trabalhar fortemente em termos de diferenciação de cortes e processos produtivos em busca de geração de valor a seus produtos. A carne terá dezenas ou até centenas de denominações de origem, cortes e porcionamentos, para satisfazer consumidores exigentes e em busca de novas experiências gastronômicas. A integração do sistema produtivo com acesso digital ajudará muito nesse processo, o que também possibilitará maior transparência de todo o sistema. Cadeia produtiva da carne bovina: contexto e desafios futuros.

8. Brasil, mega exportador de carne e genética

Nos próximos vinte anos o Brasil irá ocupar espaço cada vez mais relevante no mercado de carne e de genética bovina. Os avanços oriundos da introdução de biotecnologias e o amplo esforço de toda a cadeia em termos de produção sustentável, bem-estar animal e qualidade de carne criarão a base para tal crescimento. O país se destacará na exportação de genética, de animais vivos para abate, de cortes de carne e de subprodutos, atingindo, tanto mercados emergentes, como sofisticados. Consequentemente, as exportações de carne bovina terão maior expressividade, deixando de representar 20% das vendas de produtos cárneos e podendo atingir um montante maior do total comercializado nesse segmento, mesmo em um cenário de crescimento do consumo interno de carne bovina.

9. Digital transformando toda a cadeia produtiva

A onda digital irá impactar toda cadeia produtiva da carne bovina. A maior transformação será no processo de distribuição, seja de insumos, gado ou da carne. Parte de intermediários serão ceifados do sistema. A relevância da qualidade e sustentabilidade crescerá via interação digital com o consumidor final. Nas propriedades, a gestão chegará a outro patamar com muita tecnologia embarcada, o que possibilitará eliminação de gargalos da produção. O mesmo fenômeno ocorrerá nos frigoríficos, onde robôs irão mudar a forma de processamento, impactando nos custos, na produtividade industrial e na qualidade do produto final.

10. Apagão de mão de obra

Uma proporção de 84% da população brasileira já é urbana no Brasil. Essa tendência se acentuará. A forte injeção de automação irá reduzir esse impacto e alterará o perfil de pessoas necessárias na atividade. O maior desafio será qualitativo. Os enormes avanços tecnológicos, como a IoT, a maior complexidade do manejo, na busca de saltos produtivos, como a introdução crescente da ILPF, e o foco em gestão, exigirão profissionais capacitados e raros na pecuária.

(Fonte: Forbes)

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