Biocombustíveis e o Brasil

Mesmo com o pré-sal, que deu um destaque petrolífero ao Brasil, a força produtiva agrícola do País já o tinha colocado como um relevante player global de energia. Além de alimento, transformamos as lavouras em combustível, gerando muito menos prejuízo ambiental que os fósseis e sempre as renovando safras após safras.

A cana-de-açúcar é o mais famoso e importante biocombustível. Além de açúcar, movimenta milhões de veículos todos os dias, sem influenciar na dirigibilidade. O etanol é parte do Brasil, é competitivo e pode ser gerado em diversas regiões, não ficando restrito a um determinado polo.

Mas não é somente ela. Com milho, algodão e soja, por exemplo, é mais que possível produzir um combustível de excelência. Isso não deixa de ser uma revolução no segmento. O setor energético é um dos mais estratégicos para um país. Quem tem controle sobre a sua energia, tem independência, liberdade.

O que mexe, no entanto, com o agro energético é o que acontece também com o petróleo: preço. São commodities, com variedades de valor de acordo com a demanda. Por isso, em muitos casos fica complicado depender da soja somente como única matriz energética ou mesmo o milho. Se o mercado internacional paga melhor pelos grãos que o consumidor interno, é para lá que eles vão.

Solução: diversificação! Não é vantajoso depender de apenas uma cultura, deve-se ampliar as opções. Em dezembro de 2019, começou a valer a Lei 13.576, o RenovaBio, que é uma política nacional para os biocombustíveis. A ideia é que o País tenha metas para redução da poluição no setor de combustível. O RenovaBio incentiva o uso de combustíveis limpos, garantindo um fortalecimento de toda a cadeia e para diversas outras culturas, além da cana-de-açúcar.

Apesar de, nessa pandemia, o etanol ter sofrido muito, já que o consumo em nossos veículos foi reduzido consideravelmente, devido ao home office, diminuição da movimentação nas cidades etc., em breve estará pujante novamente, assim que a economia aquecer.

Saindo do vegetal para ir ao animal: os dejetos podem ser transformados em excelentes matrizes energéticas. É possível movimentar caminhões e tratores, além de abastecer com energia elétrica granjas de aves, suínos, residências, fazendas inteiras. Essa é a clássica transformação de um passivo ambiental para um ativo energético.

O brasileiro está em cima de energia, sem precisar cavar um poço sequer. Seja pelas lavouras, seja pelas granjas, é possível, viável, economicamente interessante, diversificarmos a nossa matriz energética, de forma limpa, sustentável. Em tempo: nos anos 2000 até a mamona entrou na jogada para a produção de biocombustível. Depois a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) retirou do “catálogo” de uso, pois sua composição era viscosa demais para ser usada unicamente na fabricação de biodiesel.

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