Há não muito tempo, o agronegócio se resumia a ter um pedaço de terra, sementes ou algumas cabeças de gado, olhar para o céu para ver quando chove e muito trabalho. Se produzia com os meios mais simples, gerando comida e renda. Hoje já não é bem assim. Ainda se precisa do que foi citado no início desse texto, mas com muita tecnologia envolvida, com um protagonismo do digital.
É aí que entra um termo em inglês que muitos ouvem, mas nem tantos assim sabem o significado. O blockchain – cadeia em blocos, numa tradução bem livre – já é uma realidade para o agronegócio e pode assumir ainda mais espaço se for intensificado o uso no segmento.
Apesar do blockchain estar vinculado a uma criptomoeda, são coisas diferentes. Se o blockchain é o sistema operacional, por exemplo, a criptomoeda é o aplicativo. O blockchain é uma espécie de banco de dados descentralizados, em que se processa informações por um grupo de computadores localizados em todo o planeta, cruzando, compartilhando e registrando dados com validações matemáticas.
E onde o agronegócio entra nisso?
O blockchain tem várias aplicações pelo mundo, em qualquer segmento que quiser. No agro, é possível ter rastreabilidade, garantia de qualidade, organização e segurança alimentar, palavras fundamentais no mercado atual.
Na cadeia suinícola, o blockchain é uma realidade. Cada passo do setor, do sêmen à gôndola, é instantaneamente monitorado, criptografado e registrado em blockchain, isto é, reduzida a zero, se bem empregada, a possibilidade de fraude, desvio, inconsistência do que é produzido com o que é entregue etc.
Isso é, sem dúvida, uma revolução em relação à produção, transporte e comercialização de alimentos. Imagine ter a garantia de como o animal foi inseminado, qual a ração, se foi aplicado o conceito de bem-estar (incluindo no momento do abate), dos cortes, da temperatura na refrigeração e na venda ao consumidor. Local, tempo de produção e clima estão em suas mãos em segundos, sem adulteração.
A segurança alimentar e os cuidados sobre o que se come são constantemente buscados pela população. Uma grande parcela quer saber de onde vem o que se está ingerindo. É um fenômeno que veio para ficar e quanto mais informação o produtor, a indústria e o varejo tiverem, mais dados a população terá e mais satisfeita ficará.
O blockchain no agronegócio garante e fortalece a confiança, a transparência das relações e o “quero mais” nos cardápios dos lares e restaurantes. É uma prova concreta de respeito ao consumidor, e todos querem e exigem ser respeitados.