A Embrapa Pecuária Sudeste apresentou, no dia 23 de novembro, a nova tecnologia que está desenvolvendo em parceria com a startup Taggen Industries and Services. A solução tecnológica faz o monitoramento individual de bovinos e, segundo os desenvolvedores, a meta é que ela seja economicamente viável e de fácil implantação. De acordo com Walter Padilha, CEO da Taggen, o produto está em fase de testes e a parte técnica já está concluída, mas existem ainda alguns desafios que serão solucionados pela parceria.
Esse novo sistema, que faz o monitoramento individual de bovinos, promete colaborar com um dos principais desafios do setor agropecuário brasileiro, que é garantir a origem da carne, assegurando que o gado não foi criado em áreas com passivos ambientais e sociais, como regiões de desmatamento.
A reunião, que contou com a participação da multinacional Qualcomm, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Associação Brasileira dos Criadores de Canchim (ABCCAN), teve o objetivo de viabilizar formas de acelerar os próximos passos visando, validar a solução em mais ambientes e atender as expectativas do setor pecuário brasileiro.
De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, que coordena o projeto na Embrapa, a tecnologia, que está sendo avaliada a campo com os animais criados a pasto, já é adotada em ambientes indoor. “Estamos agora nos adequando e iniciando no campo (outdoor) para rastrear, monitorar, localizar e gerenciar os animais em tempo real. O principal problema ainda é a conectividade, já que a ideia é o monitoramento de toda a vida do animal, desde o nascimento até o consumidor final. Outro é o custo, que deve ser viável para adoção em escala dos pecuaristas”, explica o pesquisador.
Experimento
A pesquisa está sendo conduzida na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP) e sessenta animais já estão sendo monitorados na fazenda experimental do centro de pesquisa. Ao todo são vinte vacas de leite e 40 bovinos de corte em sistema extensivo e intensivo com integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF).
Conforme divulgou a Embrapa, a inovação é baseada, inicialmente, em tecnologia de comunicação digital sem fio BLE (Bluetooth Low Energy), composto de dispositivos individuais (beacon), leitores (gateways) e a plataforma TG Bov, da Taggen, de monitoramento em cloud com aplicativos em tablets e smartphones também.
Uma das preocupações dos criadores da solução é fazer com que ela não exija alta qualificação do operador. Os dispositivos são de simples instalação, seja no animal ou no ambiente, simplificando e acelerando seu processo de uso.
“Queremos que os dispositivos sejam fáceis de adquirir, instalar e usar. O monitoramento dos animais precisa estar disponível ao pecuarista onde quer que ele esteja. É a aplicação direta e imediata do conceito ‘plug and play’, ou seja, o cliente compra e ele mesmo instala”, fala Padilha.
(Fonte: Embrapa)
