Churrasco VIP! A nova era da carne bovina de luxo

O mercado global da carne está passando por uma transformação significativa. As projeções do Statista, plataforma especializada em coleta de dados, indicam que a receita deste setor atingirá US$ 49,44 bilhões (R$ 245 bilhões na cotação atual) em 2024. 

Dessa forma, olhando para o futuro, este mesmo conjunto de dados indica uma taxa composta de crescimento anual projetada de 13,16% entre 2024 e 2028. Culminando num volume de mercado projetado de US$ 81,08 bilhões (R$ 401,86 bilhões) já em 2028.

Esta trajetória de crescimento sublinha uma mudança dinâmica no comportamento de compra dos consumidores. E as oportunidades crescentes para marcas de varejo e profissionais de marketing do setor. Além disso, a pandemia da Covid-19 catalisou um aumento notável nas oportunidades de marketing direto ao consumidor. Isso ajudou a impulsionar todas as marcas em direção a espaços online para alcançar diretamente os consumidores. E a carne, embora seja um bem perecível com o seu próprio conjunto de obstáculos logísticos, não tem sido exceção.

Processo de produção da carne bovina de luxo

O professor e pecuarista W. Travis Meteer, especialista em bovinocultura da Universidade de Illinois – com foco em nutrição, genética, reprodução, pastoreio e comercialização nas áreas de produção de bezerros, reprodutores e confinamento tem uma explicação para isso. Embora o marketing direto ao consumidor não seja um conceito novo, sua expansão foi notavelmente acelerada pelos avanços na tecnologia e pela crescente abertura do consumidor às compras online.

No entanto, esta mudança não está isenta de desafios. “Os custos elevados da produção e dos fatores de produção – desde os preços da terra e das forrageiras para alimentar os animais, até à mão-de-obra, combustível, equipamento e taxas de juro – continuam a criar pressão sobre os produtores. Apesar do aumento dos preços do gado”, disse Meteer (desde 2015, o consumo de carne bovina vem aumentando. 

Em 2022 foi de 26,8 kg per capita. Já em 2023, os preços da carne vermelha foram recordes no país. Isso por causa do forte consumo e da redução do rebanho por causa de uma seca nas regiões produtoras).

Em meio aos desafios que Meteer coloca, marcas como a Kow têm se mostrado pioneiras em abordagens inovadoras para navegar neste cenário em evolução. Com um legado familiar de cerca de 125 anos de agricultura e pecuária no sudoeste do estado de Iowa – que é um dos maiores produtores de soja e biodiesel dos EUA –, o fundador da Kow, Jon Urbana, está aproveitando sua experiência para se adaptar e prosperar no espaço direto ao consumidor. Urbana é produtor rural de sexta geração. O rancho., que cria wagyu e angus, fica em Oakland, no estado de Iowa.

Mercado da carne começa na fazenda

O foco da Kow na criação de uma experiência Wagyu estadunidense única – enfatizando a importância da geografia, da regionalidade e da criação – permite à família estabelecer uma clara diferenciação de produtos oferecidos no mercado. 

“Na minha opinião, é tudo uma questão de equilíbrio; nos esforçamos para criar esse equilíbrio perfeito entre gordura e sabor, semelhante a um vinho ou whisky balanceado”, diz Urbana. “Esta tarefa é muito difícil de alcançar e levamos muito a sério a nossa genética, alimentação, água e criação de animais para conseguir o tipo de carne que colocamos no mercado.”

Assim, a logística estratégica da marca também apoia o seu modelo direto ao consumidor e promove a sua diferenciação dentro desta vertical. Ao remover intermediários no lado da distribuição/vendas, a Kow é capaz de limitar a quantidade de oscilações de temperatura, oxigênio e a quantidade de pessoas que manipulam o produto premium ao longo do processo.

Para que isso ocorra, a carne da Kow é enviada durante a noite, da fazenda ao consumidor final, via FedEx. Com o objetivo de obter o máximo de frescor, eliminando assim muitos dos pontos intermediários de manuseio que ocorrem no mercado de alimentos. “Da sala de corte até a sua porta, nós dizemos”, afirma Urbana.

Jornada de 16 meses

A equipe dedicou 16 meses para pesquisar e testar várias opções de entrega. Isso envolveu garantir a integridade do produto perecível premium, encontrar a transportadora mais adequada e desenvolver a embalagem de remessa ideal. O processo incluiu experimentação com 30 caixas diferentes para encontrar a solução mais eficaz e econômica.

A linha de produtos premium da marca está voltada para compradores de luxo. Isso porque inclui itens com custos que variam de US$ 30 (R$ 150) a US$ 1.686 (R$ 8.350). Para ajudar a chegar a esses clientes, a Kow enfatiza a educação e o envolvimento por meio de ativações estratégicas baseadas em eventos.

Fonte: Forbes

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