O Fracasso era Previsto: Acordo Mercosul-UE

O tão esperado acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia enfrenta sérios obstáculos, conforme destacado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que expressou a impossibilidade de concluir as negociações devido ao crescente protecionismo de mercado.

Cenário é marcado por protestos massivos de agricultores em diversos países europeus, especialmente na França, onde os custos aumentaram e as importações baratas geraram insatisfação. Este artigo explora os motivos por trás do impasse, destacando preocupações específicas de diferentes partes envolvidas.

Os Argumentos Contra o Acordo

Uma matéria publicada pelo Jornal Brasil de Fato elencou porque o acordo Mercosul-UE é rejeitado por movimentos populares.

  1. Impacto na Indústria Brasileira:
    Paulo Nogueira Batista Jr. aponta que o acordo favorece a União Europeia, proporcionando acesso livre aos mercados industriais brasileiros, enquanto as concessões nas áreas onde o Mercosul é competitivo são mínimas. A redução dos impostos de importação, por exemplo, favorece os europeus, enquanto a diminuição é residual para o Brasil.
  2. Restrições ao Desenvolvimento Estratégico:
    O acordo proíbe a cobrança de impostos de exportação, uma prática permitida pela OMC. Isso limitaria a capacidade de investimento na agregação de valor a commodities, afetando políticas públicas de preços e programas de desenvolvimento, como os da Petrobras.
  3. Impacto na Agricultura Familiar:
    Batista Jr. destaca que o acordo ameaça a agricultura familiar brasileira, liberalizando o comércio de seus produtos. Importações europeias subsidiadas poderiam prejudicar a competitividade dos agricultores locais.
  4. Cotas e Desvantagens para o Agronegócio:
    O economista André Roncaglia aponta que o setor agrícola continuaria sob cotas, que são insuficientes, fictícias ou inofensivas, representando desvantagens para o Mercosul. Isso indicaria benefícios limitados ou nulos para o agronegócio brasileiro.
  5. Punições Ambientais e Desigualdade de Poder:
    Mauricio Weiss destaca que o acordo prevê punições aos países do Mercosul por descumprimento de metas climáticas, enquanto países da UE não enfrentariam sanções semelhantes. Isso revela uma assimetria de poder prejudicial aos países sul-americanos.

Descontentamento Europeu

A União Europeia enfrenta protestos agrários em países como França, Espanha e Alemanha. Os agricultores expressam preocupação com a concorrência desleal de produtos agrícolas importados a preços mais baixos, pressionando para baixo os preços na UE. A crítica de Macron ao acordo reflete não apenas preocupações agrícolas, mas também questões ambientais, como desmatamento e mudanças climáticas nos países do Mercosul.

O impasse nas negociações do acordo Mercosul-UE destaca a complexidade e as divergências entre os blocos. Enquanto a França expressa forte resistência, outros membros da UE apoiam o acordo. O descontentamento de agricultores e especialistas, aliado a questões ambientais e desigualdades percebidas, questiona a viabilidade e os benefícios reais do acordo. O futuro das negociações permanece incerto, enquanto os desafios persistem, exigindo uma análise mais aprofundada das implicações econômicas, sociais e ambientais para todas as partes envolvidas.

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