Embrapa desenvolve tecnologia que promete combater salmonelas aviárias

Um produto biológico, produzido a partir de três bacteriófagos nativos do Brasil, está sendo desenvolvido pela Embrapa Aves e Suínos (SC) e promete ter grande potencial para combater salmonelas aviárias. Conforme divulgou o órgão, o biofármaco é feito à base de bacteriófagos – vírus amplamente distribuídos na natureza e que atuam especificamente sobre bactérias. Essa ação bactericida se torna uma alternativa aos antibióticos.

A pesquisa, de acordo com a Embrapa, atende a uma das prioridades da produção animal atualmente, que é a manutenção de rebanhos e plantéis livres de patógenos que causam doenças transmitidas por alimentos. “A resistência a antimicrobianos é um dos temas mais relevantes nesse contexto, e tem direcionado políticas públicas pela interface com o conceito de saúde única, pela inter-relação com saúde humana, animal e meio ambiente”, diz a Embrapa em uma publicação.

Clarissa Vaz, pesquisadora líder do projeto, explica que a disponibilidade de um ativo biológico, que evita ou reduz o uso de antimicrobianos e que seja aplicável ao controle de salmonela na avicultura é extremamente importante para a produção avícola no Brasil. “Esse insumo não pretende substituir o uso terapêutico de antibióticos, mas é uma opção para reforçar o controle de salmoneloses, reduzindo o uso desnecessário de antimicrobianos”, explica.

Ela conta ainda que os biológicos à base de bacteriófagos não representam necessariamente uma inovação na indústria de saúde e alimentação animal, já que sua ação bactericida é conhecida há muito tempo. “O diferencial é que, se desenvolvidos produtos escalonáveis, de custo acessível, e contendo bacteriófagos adequados, a fagoterapia (uso de bacteriófagos contra infecções bacterianas) é uma possibilidade de diversificar as estratégias de controle de salmonelas aviárias”, pontua.

Outra vantagem é que os bacteriófagos nativos não introduzem cepas exóticas na biodiversidade brasileira e também apresentam maior probabilidade de ação frente às estirpes de campo locais.

Próximos desafios

Imagem: divulgação/Embrapa

Até o momento, os estudos levaram ao desenvolvimento do protótipo de um biofármaco que é fornecido aos frangos pela água de beber. Assim, é possível reduzir o nível de salmonela no intestino de frangos de corte. “O desafio atual é avançar nas etapas de desenvolvimento até a fase de produção continuada, em condições de inserção no mercado. Esse é um processo que segue a lógica de inovação aberta e repartição de benefícios, por meio da qual a Embrapa e empresas interessadas desenvolvem a pesquisa juntas com o objetivo de desenvolver os seus produtos e aumentar o valor agregado”, observa a pesquisadora.

O produto biológico foi estudado para controle de S. Heidelberg em frangos de corte, com nicho de aplicação contra S. Enteritidis e S. Typhimurium em matrizes, que são algumas das salmoneloses mais impactantes nessas categorias avícolas.

(Com informações da Agência Embrapa)

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