Em uma recente entrevista ao site AgFeed, o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o Plano Safra 2023/2024 – programa do Governo Federal para fomentar a produção rural brasileira – terá um volume total maior de recursos e taxa de juros mais baixas do que foi oferecido no ano passado.
O plano passado ofertou R$ 340 bilhões e este ano as lideranças do agro têm solicitado que o valor fique acima de R$ 400 bilhões. Na entrevista, além de um desabafo sobre a questão da Agrishow, Fávaro explicou alguns dos condicionantes para que o produtor rural possa optar por ter redução na taxa de juros ou aumento do limite do financiamento estabelecido em cada linha de crédito.
O ministro afirmou que o Plano agora será no modelo ABC (Agricultura de Baixo Carbono). “Quando eu digo que todo o plano safra será de baixo carbono é importante explicar para as pessoas, para que ninguém entre em colapso, em aflição, dizendo assim: e agora? O que vão me impor a fazer para que eu possa acessar recursos do plano safra? Não, não se preocupe, nós não queremos punir ninguém, ao contrário. Queremos é premiar a nossa agropecuária, porque é um reconhecimento”, garantiu ao AgFeed.
De acordo com o ministro, o trabalho está sendo feito junto com o Ministério do Meio Ambiente e com a ministra Marina Silva. Fávaro explica que atualmente poucas linhas de crédito são consideradas ABC. “É por exemplo quando se toma recursos para fazer uma recomposição de uma APP [Área de Preservação Permanente], quando se toma para fazer recomposição de uma reserva legal. Então, são muito poucas linhas de crédito. Mas ABC é muito mais que isso. A imensa maioria dos produtores brasileiros tem boas práticas de sustentabilidade, práticas de redução de carbono e de neutralização de carbono”, disse. Segundo ele, a estratégia agora é premiar os produtores que têm a prática de sustentabilidade. “Então vai ter um pouquinho menos de juro ou vai ter um pouco mais de limite”.
A expectativa com o plano é fazer com que a agricultura brasileira seja vista e reconhecida mundialmente por sua produção sustentável e pelo respeito ao meio ambiente. “Nós não podemos deixar o Brasil mundialmente com a “pecha” de que produz muito alimento em detrimento da floresta amazônica, que desmata tudo, que destrói tudo, o que não é verdade”, contou.
Fávaro disse ainda qual legado quer deixar. “Ao final do meu período no ministério, quero ser reconhecido como um ministro contemporâneo, que conseguiu demonstrar isso ao mundo que nossa tarefa é nada além (de fazer) com que estas boas práticas que já são adotadas pela maioria dos produtores se ampliem para a totalidade da produção brasileira, com rastreabilidade, com critérios bastante técnicos de produção, com a incorporação de novas tecnologias, de algoritmos a favor da produção, com ganho de competitividade e produtividade”, finalizou o ministro.
(Com informações do site AgFeed)