Hoje, 22 de março, é o Dia Mundial da Água e, apesar de 70% do planeta ser composto de água, apenas 1% deste total é potável. De acordo com um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Banco Mundial,2 5% da população mundial, ou cerca de dois bilhões de pessoas, não têm acesso à água potável. Assim, cuidar deste bem precioso e encontrar soluções para que, no futuro, ele não acabe, é urgente. O tratamento de esgoto e efluentes gerados pelas atividades industriais e urbanas é uma excelente opção, que limpa a água e ainda transforma o lodo em fertilizante orgânico.
Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Trata Brasil, mostra que o volume equivalente a 5.336 piscinas olímpicas de esgotos sem tratamento é despejado diariamente na natureza. De acordo com Lívia Baldo, especialista em gestão de resíduos e gerente da Tera Ambiental, é muito importante fazer o tratamento de esgotos e reciclagem dos efluentes para retorná-los de maneira adequada aos corpos d’água e, consequentemente, abastecimento da população.
Transformando lodo de esgoto em fertilizante
Livia conta que ao tratar os efluentes gerados pelas atividades industriais e urbanas, eles retornam tratados aos rios, atendendo as exigências ambientais. Enquanto isso, o lodo gerado nesse processo pode ser transformado em um produto de valor agregado, como o insumo agrícola, por exemplo. Vantagem para o meio ambiente e para o produtor rural!
A cidade de Jundiaí, em São Paulo, já colocou isso em prática, graças a uma parceria entre a Companhia de Saneamento de Jundiaí (CSJ) e a Tera Ambiental. A empresa é especializada na valorização de resíduos orgânicos líquidos e sólidos e produz fertilizante orgânico a partir da compostagem de lodo da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e resíduos orgânicos. Por lá são tratados 3.960 metros cúbicos de efluentes por hora e o lodo gerado é transformado em fertilizante orgânico.
De acordo com a empresa, em 2022 foram tratados 740 mil metros cúbicos de efluentes, gerando um total de 30 mil toneladas de fertilizantes. “Seria importante a multiplicação de modelos semelhantes em todo o Brasil, pois se trata de um processo benéfico ao meio ambiente, à vazão dos rios e ao abastecimento da população com água de qualidade. Há, ainda, o aspecto econômico relativo ao valor agregado de um resíduo que poderia se tornar passivo danoso aos ecossistemas”, ressalta Lívia.
O Dia Mundial da Água desperta esse sentimento de urgência. E, mais do que fazer planos, ações como essa devem ser realidade em cada vez mais lugares. Toda a água consumida pelas pessoas e empresas pode e deve ser tratada. O reaproveitamento é fundamental para poupar os recursos hídricos e para que as futuras gerações não enfrentem o risco de escassez.
(Com informações da assessoria de imprensa)