PIB do agronegócio deverá ter a maior alta desde 2017

De acordo com uma projeção divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre), o PIB do agronegócio deve crescer 8% este ano. O setor, que encolheu 2% em 2022 poderá ter a maior alta desde 2017, quando a subida foi de 14,2%.

O agro deverá ser o único setor a crescer no país de forma expressiva neste ano. O Ibre prevê, por exemplo, uma estagnação no PIB do país. “Nossa projeção de PIB está abaixo do mercado. Tem casas que apontam 1%. Nós estamos com 0,2%, isso com o agro, que é 10% do PIB, avançando 8%. Então projetamos uma queda pesada da atividade em geral”, revelou Marina Garrido, economista do Ibre.

O resultado positivo para o agronegócio deverá ocorrer graças ao crescimento na safra de grãos, cereais e leguminosas, que alcançarão 293,6 milhões de toneladas em 2023, segundo dados de prognóstico de produção agrícola do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso representa uma alta de 11,8% em relação ao ano anterior.

Para o economista do Santander, Gabriel Couto, a soja e o milho deverão ser os principais responsáveis pelo aumento. A expectativa, segundo ele, é a de que, após um 2021 e 2022 fracos e com safras comprometidas, 2023 trará bons resultados para o PIB do agronegócio. “Se tivermos a safra de soja cheia, que é o que esperamos, isso impulsionará o PIB agrícola”, disse.

Couto ainda explica que a desaceleração global, prevista para 2023, não deverá impactar o resultado do agronegócio por enquanto. O profissional garante que, mesmo que o produtor resolva estocar grãos, a produção estará lá. “O impacto do desaquecimento da economia global tende a ser no médio prazo”, falou.

Já para Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a tendência é de uma boa colheita em 2023. O valor bruto da produção, de acordo com ele, deverá crescer pelo menos 5%, ficando acima de R$ 1,3 trilhão.

Clima deverá ajudar

Ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, a previsão é que o clima favoreça a produção. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antônio Galvan, explica que as previsões econômicas são feitas a partir da lógica que o clima vai colaborar. “Ter uma safra recorde, como se espera, é questão exclusiva de clima. Temos condições técnicas de fazer essa safra anunciada, só que é cedo para dizer que ela será realidade. Nos últimos anos, enfrentamos problemas de clima e tivemos perdas grandes”, contou Galvan.

(Com informações da Revista Exame)

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