Um grupo de cientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia, criou bombas de calor que colaboram na redução da emissão de carbono durante o processo de produção de biogás. A nova tecnologia é capaz de diminuir a emissão dos gases poluentes em 36%.
O biogás é um biocombustível que nasce da decomposição de materiais orgânico. Ele pode ser aproveitado para geração de energia térmica, elétrica e também como combustível veicular.
Para manter a temperatura ideal durante o processo de digestão anaeróbica e maximizar a quantidade de biogás gerado, são utilizados biorreatores. Mas, no lugar de utilizar um sistema de aquecimento por meio de caldeiras alimentadas com gás natural, eles usaram bombas que retiram calor do ar.
O professor e autor principal do estudo, Siming You, constatou que essa substituição pelas bombas de calor gera muito menos carbono do que o método convencional. “Nossa abordagem utiliza a digestão anaeróbica de microorganismos em condições livres de oxigênio para decompor materiais biodegradáveis — como resíduos de alimentos e lodo de esgoto — e liberar o biogás. Essa mistura de metano e dióxido de carbono pode ser queimada para girar turbinas, gerando eletricidade de baixo carbono”, explicou You.
Segundo o cientista, nos testes com um modelo de termodinâmica houve uma redução de até 28,1% em um processo de digestão anaeróbia mantida a uma temperatura de 55 °C. Já a uma temperatura mais baixa de 37,5 °C, a pegada de carbono foi reduzida ainda mais e atingiu o máximo de 36,1%.
You acrescenta que utilizar os gases gerados por meio da decomposição de restos de comida ou estações de tratamento de águas residuais é vantajoso para o meio ambiente. Esses gases podem ser aproveitados como fonte de energia, reduzindo o impacto que os processos de geração de eletricidade exercem sobre o clima.
“Essa abordagem pode ajudar no planejamento de futuras instalações de gerenciamento de resíduos, reduzindo drasticamente as pegadas de carbono. Com esse tipo de reciclagem descentralizada de resíduos poderemos fazer com que as pessoas produzam sua própria fonte de eletricidade”, finaliza o professor.
(Com informações do Canal Tech)