O Chile iniciou na última semana a produção da chamada e-gasolina ou “gasolina sem petróleo”. A fábrica, que começou a ser construída em 2021 após receber um investimento de US$ 74 milhões da Siemens Energy, Porsche, HIF Global e outras empresas , espera produzir cerca de 130 mil litros de combustível sintético em 2023.
“Hoje não estamos inaugurando uma fábrica. Estamos inaugurando o nascimento de uma indústria, de um ecossistema que nos levará ao século XXII. Hoje damos um passo rumo ao futuro, que é responsabilidade de todos”, disse o presidente da HIF Global, César Norton.
Como é feita a gasolina sem petróleo?
A gasolina sem petróleo é feita a partir de energia elétrica, que é gerada em uma turbina eólica. Ela fornece energia o suficiente ( 3,4 megawatts) para o processo de eletrólise, que separa a água em oxigênio e hidrogênio. Depois disso, os componentes com dióxido de carbono são sintetizados, gerando metanol sintético. Após o refino, a estrutura transforma o composto em gasolina.
De acordo com os pesquisadores envolvidos neste projeto, a nova gasolina sem petróleo gera 90% menos CO2 na atmosfera quando comparada com os combustíveis fósseis.
Além do ganho em sustentabilidade, uma das vantagens do uso da e-gasolina é que não será necessário nenhuma adaptação nos carros que são movidos a gasolina. O objetivo é demonstrar o potencial comercial dos combustíveis à base de H2 verde.
“Essa gasolina sintética pode substituir 100% dos combustíveis fósseis sem a necessidade de trocar os motores e a infraestrutura atuais. Isto significa que esta solução é uma solução que podemos implementar a curto prazo. Sair hoje é extremamente importante”, disse Norton.
A escolha do local também foi estratégica. Os fortes ventos da região são capazes de gerar mais de seis mil horas de carga máxima de operação para a geração da energia. Isso representa cerca de três vezes a quantidade disponível na Europa. “É uma das gasolinas mais limpas do mundo entrando em operação. É uma grande inovação sendo feita agora e não no futuro”, disse André Clark, VP Sênior da Siemens Energy para América Latina.
De acordo com Norton, a intenção é, no futuro, utilizar os e-combustíveis em navios e aviões. “Estamos orgulhosos de dar este passo em Punta Arenas e no Chile, porque no Chile estamos na pole position da transição energética. Estamos no início da corrida. Temos que vencer a corrida e temos que fazer isso juntos”, finalizou o executivo.
(Com informações da CNN, IstoÉ Dinheiro e Agrolink)