Carne cultivada ou de laboratório, é a carne produzida por cultura de células in vitro de células animais, é feita do mesmo tecido animal que constitui a carne convencional.
Mas em vez de criar e sacrificar animais inteiros, ela é criada usando um pequeno número de células animais colocadas em um meio rico em nutrientes, dentro de uma incubadora onde se multiplicam rapidamente.
O resultado é um produto comestível que parece, em termos gastronômicos de preparo e sabor, à carne animal porque, biologicamente, é carne animal. A principal diferença é que não é necessário matar um animal para fazê-lo.
Em dezembro de 2020, Singapura se tornou o primeiro e único lugar no mundo onde pode-se consumir a carne de laboratório, o governo concedeu à startup americana Eat Just Inc. a aprovação regulatória para vender sua carne de frango criada em laboratório.
Criado a partir de células cultivadas de frango, o produto foi aprovado como ingrediente do produto “cubinhos de frango” pela Agência de Alimentos de Singapura (SFA).
Estados Unidos
No dia 17 de novembro de 2022, a startup Upside Foods teve aprovação da “Anvisa” americana para primeira etapa para que a carne de frango de laboratório, produzida pela Upside, esteja mais próxima de chegar aos consumidores nos Estados Unidos. A “Anvisa” americana considerou a carne segura para consumo humano, mas ainda falta passar por mais etapas até chegar às gôndolas.
Brasil
Aqui no Brasil, quem saiu na frente foi a BRF quando em março de 2021 firmou uma parceria com a israelense Aleph, especializada em carne cultivada, esta startup também foi investida por grandes como Cargill. Na ocasião em uma entrevista ao Pipeline Valor Econômico informei que o bife custaria US$ 5 em 2024, mas atualmente já existem startups, como a Future Meat, prometendo entregar a US$1,99. A previsão para lançamento da carne cultivada no Brasil ainda é incerto. No MAPA, o tema regulatório para esta categoria de carne já está em andamento.
A JBS não poderia ficar para trás nesta corrida, a maior companhia global de proteínas e líder em produção de alimentos, fechou um acordo em novembro de 2021, para aquisição de controle da empresa espanhola BioTech Foods e ingressou no mercado de proteína cultivada.
O investimento de US$100 milhões, inclui o investimento de US$41 milhões na construção de uma nova unidade de produção na Espanha para dar escala à produção e a implantação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em Biotecnologia de Alimentos e de Proteína no Brasil
Além dos gigantes das proteínas animais, o Brasil também conta com uma startup (foodtech) de carne de pescado cultivada, que inclusive recebeu investimento em junho deste ano, é a Sustineri Piscis, que está estabelecida no Rio de Janeiro.
Outras empresas posicionadas no segmento de proteína animal no Brasil, também estão trabalhando em silêncio para não ficarem de fora desse movimento que promete redirecionar a produção de proteína animal no Brasil e no Mundo.