O mundo todo está em uma busca desenfreada por soluções inovadoras e sustentáveis para os problemas atuais. Muitas vezes, a saída para esses embates esteve sempre à nossa frente, como é o caso das bactérias, uma das mais resilientes espécies do planeta. Elas sempre estiveram aqui e a startup mexicana Polybion deu um destino diferente e inovador a esses seres abundantes.
A empresa recodificou os genes das bactérias para criar novos biomateriais, como a membrana de celulose. Ela é transformadas em uma pele que pode ser curtida e usada como couro. Esse bioproduto recebeu o nome de Celium.
Fungos x bactérias
Atualmente já existe no mercado um couro, chamado de Mycelium, cultivado a partir de fungos. Segundo o co-fundador e CEO da Polybion, Axel Gómes, as bactérias possuem genomas mais simples do que os fungos, além de serem mais fáceis de se manipular geneticamente.
Outra razão para a startup preferir as bactérias é que a celulose é o polímero mais abundante e versátil da natureza. Como as bactérias produzem celulose, o potencial para produção é bem maior.
Processo de produção do Celium
A startup utiliza alimentos e água agroindustriais para alimentar as bactérias em uma unidade de fermentação industrial. A membrana de celulose, então, é desenvolvida na superfície da água pela bactéria, consumindo glicose e frutose dos resíduos de alimentos, polimerizando-os em celulose. O processo todo leva 20 dias.
Após esse tempo, a membrana é retirada e transportada para um curtume para ser estabilizada e curtida. Esse processo não requer nova infraestrutura, apenas química otimizada e água dentro das instalações de curtimento.
O planeta agradece
A produção do Celium é sustentável, afinal, as bactérias não exigem limpeza de terreno e nem reposição diária de água. Os microorganismos não são emissores de metano e evitam o uso de poliuretano e PVC, que causam poluição micro-plástica.
“O curtimento de couro bovino usa aproximadamente 30 litros de água por pé quadrado. Em comparação, o processo de estabilização do Celium consome cerca de 5 litros”, disse o CEO.
O processo ainda evita que 3.000 toneladas métricas de CO2 entrem na atmosfera, já que 1.200 toneladas de frutas são processadas por ano pela empresa. Ou seja, é vantajoso para a empresa, para a sociedade e para a natureza.
(Com informações da Forbes)