Pesquisa mostra que Aloe vera na dieta das vacas aumenta a produção de leite e reduz pegada de carbono

Quem nunca utilizou babosa para alguma coisa que atire a primeira pedra. A planta, que também é chamada de Aloe vera, tem propriedades calmantes, cicatrizantes, anti-térmicas, anti-inflamatórias, anti-fúngicas e regenerativas. Ela é boa para tanta coisa, que é amplamente utilizada na fabricação de medicamentos e cosméticos por todo o mundo. Mas o que muita gente ainda não sabe é que ela aumenta a produção de leite nas vacas e ainda reduz pegada de carbono.

Pesquisadores da Índia descobriram que durante a extração do gel da Aloe vera, quantidade importante de subproduto é gerado. Ele, geralmente, é descartado, provocando uma preocupação em relação ao meio ambiente. Os cientistas notaram que esse subproduto da babosa é rico em componentes bioativos são benéficos na nutrição de vacas leiteiras, modulando a fermentação ruminal com diminuição da produção entérica de metano e redução da pegada de carbono da produção de leite.

A pesquisa, que foi publicada no Journal of Cleaner Production (Jornal de Produção Mais Limpa, na tradução literal), introduziu o subproduto da Aloe vera (SAV) na dieta de vacas leiteiras e avaliou a fermentação ruminal, produção de metano, aproveitamento de nutrientes, produção de leite pelos animais e saúde dos mesmos.

Inicialmente realizaram um estudo in vitro para determinar a quantidade ótima a ser incluída na dieta dos animais, avaliando a performance de 0, 10, 20, 30 e 40 g/kg de SAV no substrato. O experimento mostrou que 20g de SAV por quilo de matéria seca causava diminuição da produção de metano, aumento da digestibilidade do alimento e da concentração total de ácidos graxos voláteis.

Para esse experimento, que durou 90 dias, foram selecionadas aleatoriamente 16 vacas multíparas em lactação da raça Holandesa, sendo alocadas em dois grupos: 8 no grupo controle e 8 no grupo que recebeu a dieta com SAV. O grupo controle e o grupo SAV foram alimentados com a mesma quantidade e formulação de ração, sendo que o grupo SAV teve o alimento suplementado com 20g de SAV por quilo de matéria seca a ser ingerida.

Ao final do experimento observou-se que, no grupo que recebeu o SAV, a ingestão de alimento foi ligeiramente maior e houve aumento da fermentação ruminal e da degradação de fibras, além dos animais apresentarem uma maior produção de leite. Em relação a emissão de metano, o grupo que recebeu a ração com SAV teve uma diminuição significativa na produção desse gás (g/dia), houve diminuição de metano por quilo de alimento ingerido pelos animais e também uma menor produção de metano por quilo de leite produzido.

O estudo comprovou que a alimentação com 20g de SAV por quilo de matéria seca aumentou a produção de leite e diminuiu a produção de metano, que, combinados, diminuíram a produção de metano por unidade de leite produzido de forma substancial. E além dos benefícios apresentados, o suplemento ainda melhorou a imunidade dos animais.

Este foi o primeiro estudo que avaliou a utilização do SAV como possível ingrediente na dieta de vacas leiteiras, sendo necessários outros estudos em maior escala para que possibilite a aplicação prática desse insumo.

Quer conferir o estudo completo? Clique aqui.

(Com informações de Milk Point)

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