Um estudo realizado pela Minerva Food, em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) mostrou que fazendas de gado podem sequestrar carbono. A pesquisa foi divulgada durante a Conferência Mundial do Clima (COP26) e revelou uma redução significativa dos gases do efeito estuda (GEE) na produção de carne bovina, comparado com a taxa mundial.
Os pesquisadores observaram 25 fazendas em cinco países (Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai) e biomas (Amazônia, Pantanal, Cerrado, Pampas e o Chaco) diferentes. Ao todo foram 232 mil cabeças de gado e 185 mil hectares. O resultado mostrou uma redução que ficou entre 11% e 69%, em comparação com a média global.
“A pecuária tem papel fundamental na redução das emissões de gases de efeito estufa, como o metano, que contribuem para o aquecimento global. Existem diversas formas de promoção de uma pecuária mais sustentável, como a intensificação, a integração com lavouras e florestas, o melhor manejo do solo e a utilização de fertilizantes naturais”, disse Isabel Garcia-Drigo, gerente de Clima e Cadeias Agropecuárias do Imaflora.
Em três propriedades foi observado o carbono negativo – quando a captura supera a quantidade emitida. Uma delas é a Fazenda Santa Clara, localizada em Córdoba, na Colômbia. Ela possui 2,5 mil cabeças de gado e contabilizou emissões 45% abaixo da média mundial. Além disso, espécies de árvores nativas da área estão sendo conservadas para manter o equilíbrio dentro da fazenda.
No Brasil, a fazenda Corumbiara, em Rondônia, registrou emissões 42% abaixo da média mundial, graças à integração lavoura-pecuária. A propriedade está no bioma amazônico e tem 20 mil cabeças distribuídos em 16,8 mil hectares.
A expectativa é que em breve o Carbon On Track possibilite a certificação de projetos com foco na geração de crédito de carbono.
(Com informações Agrolink)