O efeito das mudanças climáticas na agricultura do Brasil

Já sabemos que o clima e a agricultura andam de mãos dadas. Por isso, o efeito das mudanças climáticas na agricultura tem um impacto bastante significativo.

A agricultura é extremamente influenciada por fatores climáticos, como temperatura, chuva, umidade, ventos e radiação solar, de tal modo que o clima e suas mudanças são os principais fatores de risco para as atividades agrícolas.

Quem está na linha de frente é o produtor rural, que sente na pele (e no bolso) todo prejuízo causado pelas mudanças climáticas.

O que são mudanças climáticas?

São alterações provocadas nos padrões climáticos a longo prazo com base nas alternâncias meteorológicas, ou seja, nas condições do tempo observadas por um período.

Quais as causas das mudanças climáticas e do aquecimento global?

Elas podem ser causadas por processos naturais ou por consequência das atividades humanas.

De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão criado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) para sintetizar e divulgar informações científicas sobre as mudanças climáticas. Eles afirmam que há 90% de certeza que o aumento de temperatura na Terra está sendo causado pela ação do homem.

Impactos da mudança do clima que podem alterar a produtividade agrícola

Sabe-se que apenas 5% das áreas agrícolas no Brasil são irrigadas, já 95% das áreas dependem diretamente nas variações naturais da chuva.

Sendo assim, o aumento das temperaturas em função das mudanças climáticas, resultará no aumento do consumo de água pelos produtores rurais e na redução da disponibilidade de água, colocando em risco a capacidade de produção.

Alguns dos maiores impactos causados pelas mudanças climáticas na agricultura:

– Maior frequência e intensidade de eventos climáticos extremos que causam desastres naturais, como secas, alagamentos e geadas;

– Frequência de dias com temperaturas extremas, sejam altas ou baixas, e a diminuição do gradiente de temperatura entre dia e noite impactam no metabolismo vegetal e no bem-estar animal;

– Mudança da ocorrência e a severidade de pragas e doenças;

– Maior concentração de chuvas de alta intensidade em um espaço de tempo mais curto.

Quais são os efeitos das mudanças climáticas na agricultura do Brasil?

A produção agrícola, não só aqui no Brasil, mas em todo o mundo, poderá sofrer um impacto muito significativo. Na realidade, os efeitos das mudanças climáticas já estão sendo sentidos há algum tempo, infelizmente.

Conforme um relatório realizado pela Embrapa em 2007, que buscou prever os efeitos das mudanças climáticas na agricultura brasileira:

  • Redução média de 30% na produção de trigo;
  • Redução média de 16% na produção de milho;
  • Redução das áreas de cultivo de café, chegando a 95% de perdas em Estados como Goiás, São Paulo e Minas Gerais.

Na realidade, não é necessário realizar projeções para verificar o prejuízo de alterações nas condições climáticas na agricultura. Em 2017 por exemplo, os produtores do Distrito Federal deixaram de faturar cerca de R$ 600 milhões por causa da falta de água.

Diversos estudos mostram que tais situações têm se agravado ao longo de vários anos.

Um relatório da ANA (Agência Nacional de Águas) divulgado pela Folha revelou que, ao longo de 13 anos, as ocorrências de secas cresceram 409% no país.

Por isso, podemos concluir que o produtor rural precisará aprender a lidar com todas essas situações a fim de preservar ou aumentar sua produtividade.

É possível se preparar para enfrentar as mudanças climáticas na agricultura?

Mesmo com os efeitos negativos consequentes das mudanças climáticas na agricultura, existem sim, formas de reduzir os danos ou se adaptar às condições climáticas desfavoráveis.

Existem diversas práticas agrícolas amplamente divulgadas que podem diminuir as emissões de gases poluentes em atividades do setor. Além de otimizar o uso do solo e aprimorar o manejo das culturas, conforme descrito pelo Adapta Clima, Plataforma de Conhecimento em Adaptação à Mudança do Clima

  • Uso sustentável de recursos hídricos;
  • Manejo de pragas e doenças;
  • Recuperação e Conservação de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal;
  • Transição para sistemas integrados de produção;
  • Sistemas agroflorestais;
  • Promoção do bem-estar animal;
  • Diversificação da oferta de alimentos e/ou melhoramento genético;
  • Avaliação dos sistemas de produção existentes;
  • Revisão e fortalecimento de políticas públicas;
  • Apoio técnico e financeiro: transferência de novas tecnologias que promovam a resiliência e adaptação e qualificação de profissionais, aperfeiçoamento e ampliação do seguro rural e financiamento para as regiões mais vulneráveis;
  • Consumo consciente.
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