Nossos alimentos são sustentáveis!

A produção de alimentos no Brasil é sustentável. Essa afirmação, que será citada novamente no fim deste texto, pode ser confirmada pelos vários exemplos que temos no dia a dia, em diversos segmentos, uns com mais destaque, outros com menos. Mas há, com certeza, sustentabilidade ao plantar e criar no País.

O plantio direto, citado aqui, é um exemplo histórico disso, já que a palhada mantida no solo preserva os nutrientes, evita erosões e ainda reduz o consumo de insumos, diminuindo o impacto no meio ambiente. Outro é o sistema de rotação de cultura: no Brasil é possível fazer em alguns lugares três safras com culturas diferentes. Algumas delas, como o milheto e a braquiária, protegem o solo e facilitam a infiltração de água da chuva.

Na criação, a suinocultura que até pouco tempo era vilã desponta como uma produtora de energia. Os dejetos dos animais podem ser transformados em fertilizantes e até combustível. Sim, combustível! Há três anos, uma fabricante de tratores apresentou um modelo movido a biometano (foto). Foram feitos testes em uma propriedade em Castro (PR), onde o trator-conceito apresentou o mesmo desempenho de um veículo com combustível convencional. Detalhe: com menor emissão de CO².

Na região oeste do Paraná, criadores de frango utilizam os dejetos para a produção de energia elétrica. Assim, com esses resíduos é gerada energia para a manutenção das próprias granjas. Uma delas, no município de Santa Helena, tem parceria com a Itaipu Binacional, e o biometano produzido na planta da propriedade abastece os veículos da estatal.

Também há a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), amplamente defendida para a preservação ambiental e a otimização da produção. Esse sistema intensifica o ciclo de nutrientes no solo e mitiga a emissão dos gases que causam o efeito estufa.

Para o pecuarista, a integração garante, além do conforto ao animal (bem-estar), uma renda extra com a floreta. A ILPF permite ainda pasto verde em período de seca, além da não necessidade de desmatamento para abertura de novas áreas.

Essa transformação de passivo ambiental para ativo energético é magnífica. O agronegócio chegou a um nível em que tudo que é produzido, inclusive os passivos, podem gerar riquezas, com sustentabilidade.

Há cerca de dois anos, o Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas lançou o livro “Agro é paz: análises e propostas para o Brasil alimentar o mundo”, que teve como organizador o ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Estudos da FGV, Roberto Rodrigues (veja o material completo aqui). Já na apresentação dessa análise, Rodrigues compartilha uma informação muito interessante: “[…] estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), segundo o qual se espera que a contribuição brasileira à produção alimentar deva ter um incremento de 41%, uma vez que os grandes países ou grupos de países produtores ficariam muito aquém dessa demanda: nos Estados Unidos, o crescimento seria de 10%; na União Europeia, 12%; no Canadá, 9%; na China, 15%; na Rússia, 7%; na Oceania, 9%”.

Nessa questão, tudo aponta que, para alcançar essa expectativa, o País precisa fazer de “tudo”. Não é assim! O Brasil tem todas as condições para chegar nesse nível sem derrubar uma árvore sequer. E o próprio Rodrigues aponta como: “Trata-se de um desafio portentoso, baseado em três características específicas de nosso país: temos a tecnologia tropical sustentável mais efetiva do planeta, temos terra disponível para a ampliação da área agricultável e temos gente competente em todos os elos das diferentes cadeias produtivas.”

Em relação à tecnologia, propulsora da ampliação da nossa produtividade, Rodrigues faz um comparativo com o que se produzia em 1990. “[…] a área plantada cresceu 63% e a produção cresceu 295%. Se esses números já são notáveis, por trás deles há outro ainda mais marcante: hoje, no Brasil, são cultivados 62 milhões de hectares com grãos; se tivéssemos a mesma produtividade por hectare que havia no Plano Collor, teríamos que desmatar e semear mais 88 milhões de hectares para colher a safra deste ano. Em outras palavras, essa área foi poupada de desmatamento, o que mostra a grande sustentabilidade das tecnologias aqui desenvolvidas”. Temos todas as condições possíveis de continuar produzindo alimentos de forma sustentável. E mais: produzir mais com menos, garantir mais comida no mesmo espaço, de forma limpa. Sem dúvida, podemos dizer: a produção de alimentos no Brasil é sustentável!

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