Nos últimos 40 anos, o Brasil saiu da condição de importador de alimentos para se tornar um grande provedor para o mundo com aumento de produção e produtividade. Precisamos investir cada mais em tecnologias sustentáveis. Precisamos olhar um pouco para trás e entender o tamanho da oportunidade que temos em dar o peso e o olhar justo e correto para ampliarmos a pegada sustentável do agronegócio brasileiro no mundo.
Mas o que fez a diferença nestes últimos 50 anos foram os investimentos em pesquisa agrícola, trouxe avanços nas ciências, tecnologias adequadas e inovações -, a assertividade de políticas públicas e a competência dos agricultores. Hoje, se produz mais em cada hectare de terra, aspecto importantíssimo para a preservação dos recursos naturais. Precisamos investir muito mais em tecnologias sustentáveis, que impactam positivamente nosso agronegócio.
Biotecnologia
O Brasil é o maior produtor e usuário de agentes de biocontrole do mundo, com estratégias de sucesso fomentadas ao longo de décadas por mão de obra nacional de altíssima qualidade. Essa expertise adquirida na prática fez o Brasil validar as diretrizes para a agricultura tropical e se tornar o maior fornecedor das commodities mais importantes, como café, soja, cana-de-açúcar e laranja.
O resultado é que o número de produtos biológicos registrados no Brasil passou de 1, em 2005, para 482 registrados em fevereiro de 2023. Atualmente, para cada doença de planta relevante, como a ferrugem asiática da soja, a ferrugem do cafeeiro e o mofo-branco, já existe pelo menos um produto de biocontrole registrado.
Biogás
Produzido a partir da decomposição de matéria orgânica (mais especificamente, lixo comum e resíduos da agropecuária), o biogás é considerado uma matriz energética limpa que pode descarbonizar uma série de indústrias. Na forma de biometano (biogás com altos níveis de pureza), substitui o diesel e o gás natural, além de ser usado para a produção de eletricidade.
A capacidade de investimento das usinas já vem colocando o agronegócio na linha de frente da produção de biogás no Brasil e deve crescer ainda mais. Com isso, a expectativa é de um maior ganho de escala nos próximos anos, o que deverá gerar um fôlego novo para o segmento.
Até 2030, devem ser ofertados 30 milhões de metros cúbicos do gás natural renovável por dia, equivalentes a 11 bilhões de metros cúbicos por ano, de acordo com estimativas da CBIogás. As maiores apostas estão nos resíduos da indústria sucroalcooleira e nos aterros sanitários, que podem transformar o metano da decomposição do lixo em uma fonte energética.
O CO2 é liberado durante o processo de purificação do biogás e pode ser armazenado para comercialização. Rico em metano e dióxido de carbono, o biogás pode ser transformado em hidrogênio verde por meio de processos de tratamento e purificação. A produção do novo combustível deve chegar a 13 milhões de toneladas até 2040 no Brasil.
Fazendas Verticais
Em vez de cultivar frutas e legumes em grandes fazendas e depois transportá-los por longas distâncias em caminhões e aviões, a agricultura vertical pode fornecer produtos locais a partir de prédios da vizinhança com torres que chegam a alcançar 14 metros de altura e servem como local de cultivo.
As fazendas verticais também tendem a produzir mais do que as fazendas convencionais e as plantas podem ser colhidas 15 vezes por ano. Ao controlar com precisão o ambiente de cultivo, os produtos podem durar de 13 a 14 dias, contra três a quatro dias para os produtos equivalentes da agricultura convencional.
Uma pesquisa da inglesa MarketsandMarkets apontou que, até 2026, as fazendas verticais ao redor do globo devem triplicar seu mercado do agronegócio, saltando de US$ 3,31 bilhões em 2021, para US$ 9,7 bilhões nos próximos cinco anos.
Fonte/Crédito: NeoFeed