O aumento na demanda por alimentos, causado pelo crescimento populacional no mundo todo, está exigindo cada vez mais dos recursos naturais. A economia verde então, vem para reverter esse cenário, trazendo mais incentivos a alternativas sustentáveis, inovadoras e, inclusive, alterando políticas.
A economia verde, de acordo com a ONU Meio Ambiente, é inclusiva e aprimora o bem-estar humano, garantindo mais equidade social e reduzindo riscos ambientais. No agronegócio, ela colabora com a diminuição do impacto da atividade agrícola.
Segundo dados da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), os produtores rurais estão, cada vez mais, tendo consciência da importância da adoção de novas tecnologias para enfrentar os principais desafios do setor. Segundo o levantamento, para a maioria dos entrevistados a “inovação deverá caminhar tanto dentro da porteira como no restante da cadeia produtiva. Os fatores agricultura de precisão, inteligência artificial, equipamentos autônomos, aplicativos e softwares de gestão foram citados como altamente relevantes nas tendências de inovação por mais de 60% dos pesquisados”.
Assim, a adoção de práticas sustentáveis, como agricultura de precisão, sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta e o uso de drones para monitoramento, são importantes aliados para a redução do impacto ambiental da atividade agrícola no país.
Para Durval Garcia, diretor de inovação da G.A.C. Brasil, consultoria internacional especializada na gestão estratégica e fomento da inovação, os chamados agrotechs são cada vez mais relevantes no país, devido à crescente demanda por soluções tecnológicas e sustentáveis na produção agrícola.
“Como um dos maiores produtores agrícolas do mundo, o Brasil precisa constantemente buscar inovações para aumentar a eficiência e a sustentabilidade de suas práticas agrícolas. Além dos players tradicionais, novos atores surgem no processo de digitalização do campo”, diz Garcia.
O profissional ressalta ainda que a nova onda da revolução digital e da bioeconomia está chamando a atenção das agtechs – startups especializadas no agro –, que atuam com tecnologia aplicada a alimentos em diversos segmentos da cadeia produtiva. Tudo isso reforça ainda mais a “missão” da economia verde.
“É fundamental desenvolver a cultura de inovação, proporcionando aprendizados contínuos e aperfeiçoamento das soluções tecnológicas nas fazendas e empresas”, afirma Garcia, que salienta sobre a importância dos hubs de inovação na conscientização dos produtores sobre os benefícios das tecnologias digitais.
Garcia também destaca a importância do governo na economia verde. “É fundamental que o poder público crie políticas de incentivo à inovação e sustentabilidade, além de fomentar a cooperação entre empresas e instituições de ensino e pesquisa”, finaliza.