O ChatGPT enterrou o Metaverso?

O ChatGPT aparentemente engoliu completamente o complicado mercado do Metaverso. Será mesmo?

Antes de tudo vamos relembrar um pouco o que é o Metaverso. Ele é uma espécie de nova camada de realidade que integra os mundos real e virtual. Na prática, trata-se de um ambiente virtual imersivo construído com diversas tecnologias. Os entusiastas veem a evolução da internet no metaverso. Outros veem isso como um risco à privacidade e uma “droga” viciante 

O termo foi cunhado pelo escritor Neal Stephenson em seu livro de ficção científica “Snow Crash”. Em 2011, o escritor Ernest Cline também abordou o tema em seu romance futurístico “Ready Player One”. Na obra, os personagens vivem em um mundo distópico e, para fugir da realidade, costumam passar horas no OASIS. 

Jogos como Roblox, Fortnite e Minecraft também bebem do conceito de metaverso. Nesses jogos, as pessoas têm seus próprios personagens, fazem missões, se relacionam e vão a eventos. A ideia é que todos os aspectos da “vida real” de uma pessoa sejam imersivamente permeados pelo digital. 

Muitos entusiastas veem o metaverso como um componente-chave da web 3.0. Este termo é usado para se referir a uma internet mais imersiva, descentralizada e aberta. A Bloomberg Intelligence estima que esse mercado chegue a US$ 800 bilhões (R$ 4,5 trilhões) em 2024. 

O metaverso é um universo digital que vai além da internet como a conhecemos hoje. Para acessar essa simulação da realidade, os usuários precisam de computadores, óculos de realidade virtual, fones de ouvido e outros equipamentos. Ao contrário do VR, que leva o usuário para o mundo virtual, o AR faz o oposto e insere dados virtuais no mundo real. 

Aposta no Metaverso fez o Facebook virar Meta 

Facebook muda o nome para meta devido ao metaversi
Imagem/reprodução: Internet

A mudança de nome do Facebook para Meta significou que o novo universo virtual é o principal objetivo da empresa para o futuro. Antes mesmo do lançamento oficial da nova marca, a empresa já havia anunciado um investimento de US$ 50 milhões (cerca de R$ 277 milhões) nos próximos dois anos para a construção do metaverso. 

Porém, com o passar do tempo as coisas se mostraram problemáticas para a Meta. Mark Zuckerberg disse aos funcionários do Facebook que a empresa está enfrentando uma crise. Ele disse que pode ser “uma das piores crises que vimos na história recente”. Os desafios do Facebook estão diretamente relacionados ao modelo de negócios e à concorrência com plataformas como o TikTok. A plataforma chinesa de vídeos curtos já atinge 1 bilhão de usuários ativos mensais em ritmo acelerado. 

Em abril, em comunicado interno publicado pelo The Verge, um dos executivos da Meta responsáveis pelo Facebook, Tom Alison, revelou que a estratégia era, assim como o TikTok, guiar o algoritmo para recomendar postagens de pessoas que não são necessariamente seguidas pelos usuários. “Mudanças são normais, principalmente em meio a crises. Acredito que o mercado ficará mais rígido em relação à contratação de profissionais, principalmente os de tecnologia, para ter uma execução mais precisa e reduzir o número de funcionários”, afirma Jhoniker Braulio, CEO do First Phoenix Studio. 

A divisão que desenvolve o metaverso é fonte direta de investimentos da empresa e fonte significativa de prejuízos nos últimos anos. Em 2019, a área teve prejuízo de US$ 4,5 bilhões (R$ 23,7 bilhões). No ano seguinte, 2020, foi de US$ 6,6 bilhões (R$ 34,8 bilhões) e, em 2021, esse valor saltou para US$ 10,1 bilhões (R$ 53,3 bilhões). 

Investir no metaverso é questão de sobrevivência para a Meta 

Parece que Zuckerberg esqueceu a regra principal dos investimentos: nunca colocar todos os ovos em uma única cesta. Mas agora a Meta vive uma momento delicado, e precisa fazer com o que o metaverso aconteça, do contrário seria a marte da Big Tech. Uma prova disso é aquisição da Luxexcel, especializada na produção de lentes para óculos inteligentes a partir de impressões 3D. A Meta decidiu comprar a empresa européia e colocá-la em seu projeto no metaverso. Os termos da negociação não foram divulgados nem no mundo real, nem no mundo virtual. No final de 2022, as vendas de headsets VR caíram em comparação com o ano de 2021. 

A Luxexcel vai juntar-se à Meta, aprofundando a parceria existente entre as duas empresas. Ambos trabalharam juntos no Projeto Aria, iniciativa de pesquisa de realidade aumentada da Meta. Em setembro de 2021, a Meta fez parceria com a marca Ray-Ban para levar Ray-Ban Stories às lojas. Esses óculos inteligentes possuem duas câmeras de 5 megapixels, um sistema de áudio com três microfones integrados. 

Microsoft demitiu toda equipe Metaverso para focar no ChatGPT

Microsof demite toda equipe responsável pelo metaverso
Imagem/Reprodução: Digital Agro/Metaverso

A Microsoft demitiu cerca de 100 funcionários de sua equipe de metaverso industrial. A empresa optou por encerrar o projeto para focar em iniciativas de curto prazo. A decisão de descartar o metaverso pode ser um indício de que a Microsoft busca investir em projetos mais seguros, como a Inteligência Artificial.

A equipe, chamada de ‘Industrial Metaverse Core’, foi criada há apenas quatro meses. A decisão da Microsoft pode ser uma indicação de que o metaverso ainda não está pronto para ser uma realidade comercial e pode precisar de mais tempo para evoluir.

Mas a empresa disse que está criando uma nova camada de plataforma, que é o metaverso. A empresa também anunciou o Microsoft Mesh, divisão responsável por focar em AR, VR e realidade mista. A Microsoft, portanto, pode continuar explorando o setor, mas o Metaverso não será uma prioridade e não terá grandes investimentos.

Em contra ponto, a Microsoft está fazendo um investimento multibilionário na OpenAI, empresa por trás da nova ferramenta de chatbot de IA viral chamada ChatGPT. A Microsoft planeja expandir sua parceria existente com a empresa como parte de um esforço maior para adicionar mais inteligência artificial ao seu conjunto de produtos.

O ChatGPT estará disponível em breve no serviço de computação em nuvem da Microsoft, o Azure. A OpenAI também é a empresa por trás do DALL-E, que gera uma gama aparentemente ilimitada de imagens. O investimento ocorre dias depois que a Microsoft anunciou planos de demitir 10.000 funcionários como parte de medidas mais amplas de corte de custos.

Tanto o DALL-E quanto o ChatGPT são treinados em grandes quantidades de dados para gerar conteúdo. Embora esses produtos tenham ganhado força entre os usuários, eles também levantaram algumas preocupações, incluindo seu potencial de perpetuar o preconceito e espalhar desinformação. A oportunidade é imensa, no entanto, e pode impulsionar a posição da Microsoft na crescente corrida armamentista de inteligência artificial.

IAs podem ser a salvação do Metaverso?

Thanos falando que vai sobreviber
Imagem/Reprodução: Marvel/Disney/Tenor

Por enquanto não há uma definição aceita do que é o Metaverso e sua relação com IA, alguns já apontam que ele não será 3D ou 2D, e não necessariamente gráfico. A ideia é a desmaterialização do espaço físico, distância e objetos. Em um jogo, por exemplo, você pode ser um astro do rock, um Jedi ou um soldado lutando na Segunda Guerra Mundial.

Quando falamos de “imersão” dentro do Metaverso, estamos nos referindo não apenas à imersão dentro de um espaço gráfico ou universo de histórias, mas também à imersão social que essa interação proporciona. A segunda camada é sobre apresentar novas experiências às pessoas. Este é um vasto ecossistema e também um dos mais lucrativos para muitas empresas.

Até então, as experiências orientadas ao criador no metaverso são orientadas em torno de plataformas gerenciadas centralmente como Roblox, Rec Room e Manticore. Nessa camada, o ideal é fazer uso da Inteligência Artificial como parceira criativa (Creative Partner). É o caso de tecnologias como DALL-E, da OpenAI, ou GauGAN2, da NVIDIA.

A estrutura ideal do Metaverso é construída em torno da descentralização. Isso porque a experimentação e o crescimento dessa realidade aumentam drasticamente quando as opções são maximizadas. Nesse caso, o uso de IA é essencial para a criação de mundos digitais mais imersivos. O conjunto de componentes que esta plataforma oferece para criar mundos digitais e simular mundos reais é simplesmente impressionante.

O Metaverso promete permitir que criadores e usuários troquem facilmente ativos e direitos digitais. É necessário criar contratos inteligentes aprimorados, incorporando IA para ajudar a identificar esse tipo de cenário. Com os sensores certos, tecnologia de IA integrada e acesso de baixa latência a poderosos sistemas de computação de ponta, mais e mais aplicativos e experiências serão absorvidos pelo Metaverso.

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