Inspirados em um sistema presente na pele de lulas, cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, desenvolveram uma “janela líquida”. A novidade pode ajudar a reduzir gastos com energia elétrica em sistemas de aquecimento central, resfriamento de ambientes fechados e iluminação.
De acordo com o autor do estudo, o engenheiro mecânico Raphael Kay, a plataforma desenvolvida otimiza o comprimento da onda, a intensidade e a dispersão da luz transmitida pela janela. Além disso, os custos são baixos, devido aos componentes simples que são utilizados.
Já existem no mercado persianas automáticas ou eletrocrômicas — que mudam de opacidade conforme a corrente elétrica. Em prédios, elas são usadas para controlar a quantidade de luz solar que entra no ambiente. Mas esses sistemas são limitados e não conseguem diferenciar diferentes comprimentos de ondas de luz ou controlar como a luminosidade é distribuída.
Kay explica que as janelas líquidas podem ser combinadas a partir de pilha de várias camadas, cada uma com uma função como: controlar a intensidade, filtrar o comprimento da onda ou ajustar a dispersão da luz transmitida em ambientes internos. “Usando pequenas bombas controladas digitalmente para adicionar ou remover fluidos de cada camada, o sistema pode otimizar a transmissão de luz”, disse.
Inspiração na natureza
Algumas espécies de lulas possuem, na pele, várias camadas de órgãos especializados. Através de uma operação combinada, eles controlam a absorção de luz e afetam sua reflexão e iridescência. Daí veio a ideia do estudo.
Então, para desenvolver a tecnologia, os cientistas utilizaram modelos de computador baseados nas propriedades físicas de cada protótipo. Eles conseguiram, por exemplo, simular vários algoritmos de controle para ativar ou desativar camadas líquidas, conforme as condições do ambiente, exatamente como acontece há milhares de anos com as lulas.
“A ideia de um edifício que pode aprender como ajustar essa matriz dinâmica por conta própria para otimizar as mudanças sazonais e diárias nas condições solares, é muito empolgante. Estamos trabalhando em como aumentar isso de forma eficaz para que você possa cobrir um prédio inteiro”, finalizou Ben Hatton, professor e coautor do estudo.
(Com informações do Canal Tech)