Você também já trocou o seu café na cafeteria por aquele feito em casa? Se você passou a fazer parte dessa estatística recentemente, fique sabendo que não está sozinho. Cada vez mais consumidores estão trocando cafeterias pelo consumo do café em casa. O motivo? A oferta internacional da bebida não tem sido capaz de atender a demanda em um momento em que os estoques estão baixos.
Mudando de cenário no consumo de café
Os brasileiros, em média, bebem de 3 a 4 xícaras de café por dia (com dados da Organização Internacional do Café – OIC). Mas se esse consumo de café antes se dava quase que 90% em cafeterias, de uns tempos pra cá a realidade tem sido outra.
O aumento da inflação somado aos riscos de recessão nos próximos meses são apenas alguns dos motivadores dessa mudança comportamental. De acordo com Vanusia Nogueira, diretora da OIC, o cenário atual é o da menor safra global no ano cafeeiro de 2021/2022. “Temos muitos problemas climáticos nas principais regiões produtoras”, disse ela à Reuters em entrevista na capital colombiana.
Previsão para 2023
Apesar das altas nos preços, não existe um cenário em que o consumo de café (pelo menos no Brasil) tende a diminuir. Assim como aconteceu durante a pandemia de Covid-19, espera-se que o consumo aumente nas residências e diminua nos cafés e restaurantes, mas os volumes gerais de vendas e consumo devem permanecer estáveis.
“Não acho que haverá impacto em termos de volumes, mas na forma como o café é bebido e na qualidade, as pessoas vão diminuir a qualidade do que bebem e mudar onde bebem“, disse Nogueira, alertando que os produtores de cafés especiais podem ser os mais atingidos.
A mudança climática é o maior desafio do setor cafeeiro, disse ela, acrescentando que a OIC está trabalhando na criação de um fundo de resiliência junto a bancos e outras organizações para examinar mais de perto as zonas produtivas e variedades de café resistentes às mudanças climáticas.
Com informações de: Fores Agro.