Inteligência artificial ajuda a identificar sementes que melhor germinam

Uma pesquisa realizada na Dinamarca, por cientistas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura de São Paulo (Cena/USP), da Embrapa Meio Ambiente (SP) e da Universidade Técnica de Aarhus (AU), combinou imagens multiespectrais e radiográficas para analisar atributos de qualidade de sementes. O método categoriza sementes saudáveis e mais capazes de germinar usando inteligência artificial.

Através da metodologia é possível automatizar e tornar mais eficiente o processo de análise da qualidade de sementes, obtendo resultados mais precisos, com menor índice de subjetividade e em tempo real. A técnica ainda garante um aumento de 10% na produtividade da soja, por exemplo.

Como funciona?

As imagens multiespectrais fornecem dados relacionados às partes mais externas. Já os raios X mostram informações do interior da semente. O sistema de aprendizagem de máquina analisa os dados e reconhece padrões indicadores de qualidade permitindo automatizar o processo. Entre as vantagens do método não destrutivo está o fato de ser mais rápido, não gerar resíduos e poder analisar lotes de sementes antes de serem usados no campo.

Toda essa análise leva apenas alguns segundos, ao contrário do método convencional, que demanda 1 semana para obtenção dos resultados, já que a análise é feita de forma visual e depende da interpretação do analista. No caso da análise de imagem, o resultado é dado de forma automatizada, garantindo maior precisão.

O experimento

No experimento foram usadas sementes de Jatropha curcas, oleaginosa popularmente conhecida como pinhão-manso, variedade que possui relevante importância econômica por sua aptidão na produção de biocombustíveis, alimentos e rações. Porém, de acordo com os autores, a técnica utilizada pode ser adaptada e empregada a sementes de outras culturas.

Os resultados mostraram que, em geral, as sementes de alto vigor tinham menor reflectância de ondas e essa reposta foi associada ao maior conteúdo de componentes químicos nas sementes (lipídios) que absorviam a luz emitida pelo equipamento e, por essa razão, refletiam menos. Nas imagens radiográficas, essas sementes estavam totalmente preenchidas internamente com tecidos saudáveis, característica relacionada à produção de plântulas normais. 

Por outro lado, sementes de baixo vigor apresentaram alta reflectância e as imagens radiográficas revelaram ausência de tecidos internos, ou a presença de tecidos deteriorados, correlacionados com a formação de plântulas anormais ou de sementes mortas no teste de germinação.

“Os impactos previstos são todos positivos e incluem seleção de lotes mais vigorosos de sementes que, por conseguinte, produzirão plântulas mais saudáveis e com estandes uniformes. Todas as culturas produzidas por meio de sementes poderão se beneficiar com essa tecnologia”, acredita  Gabriel Moura Mascarin, do Laboratório de Microbiologia Ambiental da Embrapa Meio Ambiente.

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