Além de querer dominar o mercado das telecomunicações, a multinacional chinesa Huawei está caminhando agora rumo ao agronegócio. Isso porque fechou parceria com Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e também com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) para monitorar o dia a dia dos animais, na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), utilizando a internet das coisas (IoT).
Utilizando sensores de IoT, colares inteligentes e balança de pesarem, será possível acompanhar se os animais estão felizes, engordando e até mesmo se o cardápio está adequado. Os algoritmos mostram ainda os indicadores de produtividade, ajudando a melhorar a gestão e produção de bovinos em ILPL.
As empresas parceiras são vão instalar a infraestrutura de conectividade, sensores de IoT e plataforma computacional, além de apoiar o desenvolvimento das soluções. A pesquisa tem o orçamento de R$ 1,2 milhão e duração de 12 meses – vai até abril de 2022.
A Embrapa Informática Agropecuária (SP) coordena os trabalhos desenvolvendo algoritmos de Inteligência Artificial para dar suporte às aplicações relacionadas à predição de ganho de produtividade e ao índice de bem-estar animal para auxiliar o produtor. As tecnologias serão implementadas no campo experimental da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS). As pesquisas de longa duração em ILPF serão conduzidas por lá.
“A pesquisa a campo envolve três eixos: as variáveis fisiológicas do animal, o microclima e o ganho de peso. Os parâmetros de bem-estar animal e conforto térmico permitirão que o produtor rural perceba o nível de estresse do animal a campo e a interferência disso em sua produtividade”, relata Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa em Campo Grande.
Esse conjunto de dados coletados pelos sensores, aliados à rede de Internet das Coisas e Inteligência Artificial, vai ajudar a antecipar o ganho de produtividade dos animais e aferir se o sistema de produção está alinhado às boas práticas. “As informações são importantes também para a adoção de protocolos e a certificação dos produtores, com a obtenção do selo Carne Carbono Neutro (CNC) ou Carne de Baixo Carbono (CBC), por exemplo”, acrescenta o analista de TI da Embrapa Camilo Carromeu.
A equipe técnica vai monitorar 32 bovinos de corte distribuídos em três sistemas de ILPF em 18 hectares de área de ILPF do campo experimental. Serão verificadas a temperatura cutânea, frequência cardíaca e respiratória dos animais, além de tempo estimado para abate, entre outros fatores.
“A ideia é coletar o maior número de variáveis e indicadores de conforto para fornecer alertas aos pecuaristas, por meio de aplicativo de celular ou sistema Web, que os ajudem a tomar as melhores decisões, sob o ponto de vista econômico e ambiental”, explica o analista da Embrapa Eduardo Speranza. Os estudos devem indicar a necessidade de desenvolver e automatizar outras ferramentas futuramente, para aperfeiçoar as aplicações.
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