Tecnologia é divisora de águas para a ampliação da capacidade de produzir mais alimentos com melhor qualidade

A importância da tecnologia para o campo é imensurável. Ela simplesmente transformou a forma de produzir alimentos, sem exagero. Ao lado e quase integrada à tecnologia está a informação, elemento-chave para a propagação de novidades. Com a informação, pesquisadores, professores, engenheiros, técnicos e uma relação ampla de agentes divulgam seus testes e teses, mostram o que deu certo e o que pode ser melhorado.

Por isso, a Frísia resolveu criar este blog, o Digital Agro News. A ideia é disseminar assuntos que tratam de inovação e que são apresentados na Digital Agro, evento realizado pela cooperativa para levar a tecnologia digital ao produtor rural.

Em três edições, a Digital Agro se consolidou como uma das principais feiras de tecnologia digital do Brasil. Ela foi idealizada para aproximar o agropecuarista do segmento e apresentar in loco as principais novidades. São tantas tecnologias voltadas ao campo, que fica difícil saber qual a mais eficiente ou mesmo qual se encaixa na necessidade do proprietário. Nem tudo que funciona com um, será a resposta para os problemas de outros, independentemente se estão na mesma microrregião.

Certa vez, o diretor-presidente da Frísia, Renato Greidanus, disse que o produtor precisa se focar na porteira para dentro, onde ele tem o comando; o mercado é algo que não tem como controlar. Ao se atentar no que ele domina, o agricultor investe recursos financeiros e de pessoas em fazer mais com menos (redução de custos), em produzir mais no mesmo local (produtividade), em dominar todo o processo (gestão) e em controlar as etapas (melhorando a qualidade).

Esse cenário, é importante lembrar, só será concretizado com tecnologia. Mas o que realmente significa essa palavra? No início, a tecnologia era uma pedra lascada, eficaz para o desenvolvimento de ferramentas; a domesticação de animais, peça importante no ganho de força, redução do desgaste físico humano e ampliação de área; depois, uma série de inovações, como condução do vento para controle das águas (moinho), a otimização do metais, as máquinas, enfim, tudo que se vê até hoje.

O famoso sistema de plantio direto, excelente defesa da terra, preservando seus nutrientes, evitando erosão e garantindo seguidas safras, é uma tecnologia. Uma das mais simples e eficientes delas, pode-se dizer!

Atualmente, a tecnologia ficou mais compacta, móvel, cabendo no bolso da calça. Com um smartphone,você tem sua propriedade na mão, literalmente. Ela está digital, está na análise do solo, do clima, da população de plantas por metro, no preço da semente, na época do plantio, na redução das células somáticas, na nutrição, na ração, na decisão pelo confinamento, no preço do bushel, em uma infinidade de dados.  

Inclusive, abre-se parênteses: o produtor e produtora rural que não estiverem abertos a aceitar e utilizar uma tecnologia digital, infelizmente, estarão fora do mercado em poucas safras. Isso porque não basta apenas ter investimento e terra para produzir bem, mesmo que faça dessa forma há tempos. Vai ficar para trás, afinal, os demais produtores que utilizam de forma correta uma inovadora tecnologia irão produzir mais e melhor, mudar os parâmetros de média de produtividade e qualidade. Utilizar de forma correta uma inovação garante a sobrevivência.

Se não quiser ser “tecnológico”, nunca terá acesso, por exemplo, aos potenciais do sigmaABC, plataforma desenvolvida pela Fundação ABC, conceituada instituição de pesquisa e desenvolvimento para o campo, que tem como mantenedoras as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal.

O sigmaABC é uma multiplataforma que pode ser usada em um PC ou na versão mobile, que visa integrar as informações do produtor rural, como talhões, maquinários e implementos, com dados coletados em campo, estações meteorológicas automáticas etc.

Essa plataforma foi lançada na última Digital Agro e está fazendo muito sucesso, após ser testada por cooperados da região dos Campos Gerais. A grande vantagem do sigmaABC é a sua praticidade, já que foi desenvolvido por profissionais que estão diariamente com os produtores rurais, no campo, ou seja, conhecem as principais lacunas e demandas do setor.

Nesta safra, a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é de quase 252 milhões de toneladas de grãos, mesmo com a pandemia do Covid-19 e a seca no Rio Grande do Sul. Essa dimensão jamais iria ser alcançada sem o agricultor utilizar o que há de mais inovador no mercado. E, por incrível que pareça, essa marca pode ser batida nas próximas safras, com tecnologias digitais que otimizam tempo, investimento e pessoas.

Já o Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) apontou crescimento de 611% na produção pecuária da região dos Campos Gerais entre os anos de 2001 e 2017. O salto foi de R$ 121 milhões para R$ 861 milhões, sendo o leite o produto com maior crescimento no período, uma produção de R$ 109 milhões em 2000 para R$ 775 milhões em 2017.

É importante também não deixar somente na conta do produtor o avanço tecnológico no campo. Ele é protagonista disso, mas não está sozinho. Políticas públicas devem ser planejadas e aplicadas para que isso dê certo. Como levar internet, ferramenta fundamental, para os confins do Brasil. Ano passado, empresas ligadas ao agro se uniram em uma iniciativa inédita de conectividade, levando ao campo internet aberta em 4G. Esse trabalho reduziria, e muito, a limitação das máquinas no campo, já que muitas deixam de apresentar suas potencialidades por falta de conexão. Com a concretização de projetos como esse, o agro nacional não terá limites.

Tecnologia, assim como pesquisa, é investimento necessário, não gasto. Uma hora ela devolve ao produtor rural tudo aquilo que ele implementou, com juros e correção monetária. É um caminho sem volta, de extrema necessidade.

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