A startup israelense Aleph Farms, especializada em carne cultivada em laboratório, entrou para a história como a primeira empresa do mundo a receber aval para vender carne bovina de laboratório. O primeiro bife cultivado a partir de células animais foi lançado no final de 2018, feito com os óvulos de uma vaca black angus, Lucy, que ficou conhecida como a mãe da primeira carne bovina criada em laboratório a ser liberada para consumo.
A liberação foi feita pelo Ministério da Saúde de Israel. Anteriormente, apenas Singapura, em 2020, e Estados Unidos, em 2023, haviam sido aprovados a comercializarem carne cultivada, mas ambos foram para carne de frango.
O primeiro corte a ser comercializado, com a marca de Aleph Cuts, será um petit steak, e estará disponível apenas em alguns restaurantes selecionados de Israel. “Atualmente, optamos por uma unidade de produção piloto e produzimos lá quantidades limitadas de Aleph Cuts; cerca de 10 toneladas por ano”, disse o porta-voz da empresa, Yoav Reisler, em entrevista ao site NeoFeed.
Como funciona o cultivo da carne bovina de laboratório
Para ser feito o cultivo da carne bovina de laboratório, os cientistas colhem óvulos do animal, como foi feito em Lucy. Eles deixam os óvulos fertilizados proliferarem por um curto período. Após isso, as novas células são enviados para grandes biorreatores.
Lá, elas continuam se reproduzindo, após serem alimentadas com água, oxigênio e nutrientes. Ao NeoFeed, o profissional explicou que a Aleph Farms modela esse processo com uma matriz de proteína vegetal feita de soja e trigo. Assim, elas adquirem a forma e a textura desejada. Após um mês os bifes podem ser “colhidos”.
A startup, fundada em 2017, já levantou quase US$ 120 milhões, de acordo com a Plataforma Crunckbase. Entre os financiadores, nomes famosos como Leonardo DiCaprio e Alumni Ventures aparecem na lista.
Segundo Reisler, o objetivo agora é expandir o negócio para a Ásia e Oriente Médio. Eles também pretendem estabelecer parcerias com grandes empresas do setor. Entre elas, ele cita a Brasilera BRF. “Submetemos nosso produto à aprovação também na Suíça, Reino Unido e Estados Unidos”, disse.
(Fonte: NeoFeed)