A startup japonesa Interstellar Technologies, em parceria com Air Water, empresa produtora de gás industrial, criou um combustível para foguetes feito de esterco de vaca. Essa inovadora maneira de destinar os resíduos orgânicos é sustentável e pode transformar a história espacial do Japão.
O protótipo do motor que é movido a essa substância diferente foi desenvolvido e os testes foram bem-sucedidos. Em um deles, realizado recentemente, o motor impulsionou horizontalmente uma chama azul e laranja de dez metros de comprimento por alguns segundos através da porta de um hangar na ilha de Hokkaido, no norte do país..
Conforme explica o responsável pela Interstellar Technologies, Takahiro Inagawa, a matéria-prima é oferecida por dois produtores locais de leite, que possuem equipamentos capazes de transformar o esterco em biogás, que é transformado, depois disso, em combustível para foguetes pelas empresas.
“Fazemos isso não só porque é bom para o meio ambiente, mas também porque pode ser produzido localmente, porque é muito rentável e é um combustível com muito bom desempenho e de grande pureza”, afirmou ele à AFP.
Inagawa está tão confiante com o combustível criado, que acredita que logo ele será produzido em todo o mundo. “Somos a primeira empresa privada a fazê-lo”, garante.
O engenheiro do grupo Air Water diz que essa solução deve garantir ao Japão uma fonte de energia neutra em carbono. “A matéria-prima proveniente das vacas desta região tem um potencial enorme. Se a situação internacional mudar, é importante que o Japão tenha uma fonte de energia como esta”, afirma.
Eiji Mizushita, de 58 anos, é um dos participantes do projeto que produz combustível para foguetes feito de esterco. Suas 900 cabeças de gado geram aproximadamente 40 toneladas de esterco por dia, que são transformadas em biogás graças a um sistema que faz a coleta automaticamente. “Temos que nos livrar do esterco com um uso adequado. Acho que o governo e a sociedade em geral deveriam ter outro ponto de vista sobre a importância das energias renováveis e incentivar a sua produção”, disse.
(Fonte: Compre Rural)
