Pesquisadores da Linax, empresa com sede em Votuporanga, no interior de São Paulo, desenvolveram, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), um fungicida à base de óleos essenciais para combater as pragas que acometem as culturas de soja. O produto tem baixo impacto ambiental e alto potencial econômico. A solução foi desenvolvida por meio de um projeto apoiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.
Segundo os responsáveis, o produto foi obtido a partir da mistura de óleos extraídos de diferentes plantas. A solução é encapsulada por polímeros naturais, que liberam a substância de forma lenta e prolongada. Dessa forma, o período de ação é prolongado e o risco dessas pragas desenvolverem algum tipo de resistência ao produto é minimizado.
Segundo informações da FAPESP, protótipos da tecnologia foram testados contra o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, uma das doenças mais severas que incidem na cultura da soja no país. O resultado mostrou que a solução apresentou efeito equivalente ao dos fungicidas mais usados no combate dessa praga no Brasil.
“A aplicação conjunta de metade da dose da nossa solução mais metade da dose dos fungicidas convencionais apresentou eficácia superior à dos convencionais aplicados de modo isolado”, conta o engenheiro agrônomo Nilson Borlina Maia, sócio-proprietário da Linax. “Isso significa que seria possível diminuir o uso dos fungicidas convencionais, que são nocivos à saúde humana, animal e ao meio ambiente, adicionando a eles uma dose da nossa solução à base de óleos essenciais”, avalia.
De acordo com os responsáveis pelo projeto, o fungicida à base de óleos essenciais deve ser lançado ainda este ano. Maia garante que estão nos planos da empresa usar a estratégia contra fungos que causam doenças em outras culturas.
Eles também trabalham em soluções ambientalmente sustentáveis para ampliar a eficácia de defensivos biológicos. “Estamos desenvolvendo um projeto com a Unesp [Universidade Estadual Paulista] para encapsular fungos e bactérias usados no controle de pragas e doenças que afetam as lavouras, de modo a protegê-los dos raios ultravioleta e aumentar sua viabilidade e eficácia”, afirma o engenheiro agrônomo.
(Fonte: Agência FAPESP)