Plantio direto a lanço recupera pastagens degradadas com mais agilidade e menos custos

Uma pesquisa realizada pela Embrapa, com produtores do Acre, apontou que a utilização do plantio direto com semeadura a lanço tem a capacidade de recuperar, com mais agilidade e menos custos, a produtividade em pastagens degradadas. Segundo os responsáveis pelo estudo, a técnica reduziu pela metade o tempo para formação e estabelecimento da pastagem, garantiu uma economia de até 15% no custo do processo de reforma e ainda diminui os impactos ambientais da pecuária.

“O plantio direto a lanço é eficaz para reformar pastagens degradadas, sem exposição do solo a processos erosivos. A reforma com uso da técnica, desde os cuidados iniciais com a área até o primeiro pastejo, leva de 90 a 100 dias, enquanto no método convencional pode durar até 150 dias. Além de encurtar o tempo que a pastagem permanece sem uso durante a reforma e reduzir custos para o produtor, o plantio direto a lanço contribui para a manutenção da rentabilidade do sistema produtivo e pode ajudar a desenvolver a pecuária a pasto na Amazônia, com sustentabilidade”, diz o pesquisador responsável pelos estudos, Carlos Maurício de Andrade.

O estudo do plantio direto com forrageiras vem sendo feito pela Embrapa Acre desde 2011. Segundo a instituição, o objetivo com isso é encontrar alternativas sustentáveis para a reforma de pastagens, que possam substituir o método mecanizado. A modalidade a lanço foi testada e recomendada para o capim-xaraés (também conhecido como capim-MG5) e piatã, únicas cultivares de Brachiaria brizantha recomendadas para o Acre.

Resultados vantajosos do uso do plantio direto a lanço

Conforme divulgou a Embrapa, os estudos de impacto revelam que 95% dos pecuaristas que adotam o plantio direto de forrageiras no Acre realizam a semeadura a lanço. Os resultados da pesquisas apontaram ainda que a técnica proporciona melhor rendimento operacional em relação a outras modalidades de plantio direto e ao plantio convencional. “A economia com horas e máquinas, possibilitada pelo baixo investimento em operações mecanizadas, compensa os gastos com insumos e reduz o custo total da reforma da pastagem. No Acre, um hectare reformado pelo método convencional custa dois mil e trezentos reais, enquanto no plantio direto a lanço o valor cai para dois mil reais”, avalia Andrade.

O produtor Edilson Alves Araújo conta que encontrou no plantio direto a lanço uma excelente alternativa para recuperar a produtividade das pastagens em sua fazenda, localizada em Porto Acre. “Testamos o plantio direto a lanço entre 2020 e 2021 e comprovamos que o seu custo benefício é excelente. Este ano, iniciamos a reforma de 100 hectares de pastagem e vamos continuar com a técnica. Poder colocar o gado mais cedo no pasto evita gastos com suplementação na dieta animal”, afirma. A Fazenda Bom Sucesso possui solos planos e não enfrenta problemas de encharcamento, mas boa parte dos 800 hectares de pastagem existentes apresenta alto grau de degradação.

Benefícios ambientais

Além da recuperação da produtividade, a técnica ainda proporciona benefícios ambientais. De acordo com a Embrapa, a redução em 74% de processos mecanizados na reforma de pastagens minimiza o revolvimento do solo e protege esse recurso natural da erosão. Além disso, a incorporação de matéria orgânica (palhada) no solo melhora a atividade biológica e a fertilidade das áreas reformadas.

Por conta da redução no uso de máquinas agrícolas, o plantio direto a lanço reduz a queima de combustíveis fósseis e evita outros processos emissores de carbono (CO2) para a atmosfera, como a decomposição da matéria orgânica no solo.

(Com informações da Agência Embrapa)

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