A desenvolvedora de games NetDragon demitiu o CEO e colocou a IA Tang Yu no lugar
Quando se pensava que líderes empresariais fariam demissões em massa, substituindo seus colaboradores por inteligência artificial (IA), a surpresa veio de onde menos se esperava. São justamente as posições de liderança que estão desaparecendo para dar lugar a robôs de IA.
A desenvolvedora de games NetDragon, com sede em Fuzhou, no sul da China, anunciou a demissão de seu CEO e a nomeação de um algoritmo de IA como sua nova liderança. O fundador da empresa, Dejian Liu, revelou que a IA, apelidada de Tang Yu, assumiria o cargo mais alto da empresa.
Essa decisão visa eliminar o viés humano e as preferências pessoais das decisões corporativas. Tang Yu tomará decisões exclusivamente baseadas em dados, independentemente do comportamento de seus subordinados, seja ele simpático ou difícil de lidar.
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Nos últimos meses, Tang Yu passou por um “treinamento intensivo”, estudando os métodos de gestão de grandes líderes tanto chineses quanto ocidentais, como Tim Cook (Apple), Jeff Bezos (Amazon) e Elon Musk (Tesla, X). A IA analisou os estilos de gestão e práticas desses líderes para aplicar as melhores estratégias na NetDragon.
O anúncio teve uma repercussão positiva, fazendo com que as ações da NetDragon na bolsa de Hong Kong subissem 10% nos últimos quatro dias, elevando o valor de mercado da empresa para mais de US$ 1 bilhão.
“Acreditamos que a IA é o futuro da gestão corporativa. A nomeação da Sra. Yu demonstra nosso compromisso em abraçar a inteligência artificial para transformar a forma como operamos e impulsionar nosso crescimento estratégico”, afirmou Dejian Liu em um comunicado ao mercado.
Na China, centenas de empresas têm substituído comitês corporativos e cargos de liderança por algoritmos de IA. A aposta é que decisões baseadas em dados são mais eficientes que aquelas tomadas por humanos.
A experiência da NetDragon pode se tornar um estudo de caso interessante. A maturidade tecnológica da IA para assumir funções tão importantes na economia ainda é uma questão em aberto. Como um software pode projetar o futuro apenas avaliando o desempenho passado? Pode ele perceber mudanças de rumo no mercado e ter a visão de líderes empreendedores? Essas perguntas, por enquanto, permanecem sem respostas definitivas.
