Entenda o que torna o Wagyu a carne mais cara do mundo. Além disso, entenda por que o Brasil está interessado em expandir a importação desse corte de luxo.
A origem do Wagyu: uma tradição japonesa milenar
O Wagyu tem suas raízes fincadas na tradição japonesa, sendo o nome composto por “Wa” (Japão) e “Gyu” (gado). Originalmente criado como animal de tração nas plantações de arroz, esse gado foi cuidadosamente aprimorado ao longo dos séculos para produzir uma carne de qualidade incomparável. Então, as condições específicas de criação no Japão, a genética seletiva e os padrões rigorosos na produção resultaram no desenvolvimento de uma carne com características únicas.
O marmoreio que faz a diferença
A carne Wagyu é mundialmente famosa por seu alto grau de marmoreio, que se refere à distribuição de gordura entre as fibras musculares. Essa gordura intramuscular dá ao Wagyu sua textura macia e sabor distinto, elevando a experiência gastronômica. A gordura é rica em ácidos graxos insaturados, proporcionando um perfil de sabor suave e refinado. Essa intrincada rede de gordura é resultado de uma combinação de genética e manejo, tornando o Wagyu incomparável a outras carnes.
A classificação rigorosa do Wagyu
Para se considerar autêntica carne Wagyu, a carne deve atender a padrões rigorosos de classificação estabelecidos pelo governo japonês. A qualidade é determinada por fatores como cor, textura, brilho, marmoreio e firmeza. Os cortes mais caros, como o lendário Kobe Beef, são originários de gado Wagyu e representam o ápice da qualidade, com notas complexas e um sabor que derrete na boca. Tal exclusividade explica os preços elevados que chegam a centenas de dólares por quilo.
O interesse crescente do Brasil na carne Wagyu
O Brasil tem uma forte tradição no agronegócio, sendo um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina. O mercado brasileiro é conhecido por seus cortes tradicionais, mas a ascensão de consumidores exigentes e a globalização de tendências gastronômicas têm gerado interesse na importação de carnes premium como o Wagyu.
Porém, não é só isso. A importação da carne mais cara do mundo pode funcionar como uma “moeda de troca” para o Brasil acessar o mercado japonês com a carne brasileira. A ideia do Ministério da Agricultura seria começar com uma “pequena cota” para exportação de carne bovina e suína brasileiras aos japoneses. Assim, o Brasil teria a oportunidade de demonstrar ao Japão a qualidade de seu produto.
Então, a importação do Wagyu atende não apenas ao desejo por uma carne de alta qualidade, mas também à oportunidade de acessar o mercado japonês para consumo do produto brasileiro.
A força do agronegócio brasileiro
O agronegócio é um dos pilares da economia brasileira e tem se mostrado resiliente e inovador ao buscar novos mercados. A carne bovina, em particular, é um produto de alta qualidade e valor agregado, com demanda crescente globalmente. Então, estabelecer uma presença no mercado japonês não apenas diversifica as exportações, mas também ajuda a projetar a qualidade e confiabilidade da produção brasileira no cenário internacional.
Fonte: Forbes
