O impacto financeiro das mudanças climáticas no Brasil

As mudanças climáticas no Brasil estão afetando o produto Interno bruto (PIB). Por isso, se destaca a urgência de ações adaptativas e mitigadoras para proteger o futuro econômico e ambiental do país.

Entendendo as mudanças climáticas no Brasil

As mudanças climáticas referem-se a alterações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima da Terra. Elas são influenciadas significativamente pelas atividades humanas desde 1800, especialmente pela queima de combustíveis fósseis. Este processo resulta em um aumento das emissões de gases de efeito estufa. Por exemplo, o dióxido de carbono e o metano, que criam uma “capa” que retém mais calor na atmosfera terrestre.

O aumento global da temperatura, que já está cerca de 1,1°C acima dos níveis pré-industriais, traz consigo uma série de outros problemas, como secas severas, aumento do nível do mar e eventos meteorológicos extremos, que afetam diretamente a biodiversidade, a segurança alimentar e hídrica, além de intensificar os desafios socioeconômicos, particularmente para as populações mais vulneráveis.

Como as mudanças climáticas no Brasil afetam o PIB

As mudanças climáticas estão afetando negativamente o PIB brasileiro principalmente devido a seus impactos sobre setores econômicos, o agronegócio principalmente. Este setor enfrenta perda de produtividade devido a eventos climáticos extremos e imprevisíveis. Por exemplo, secas e chuvas intensas.

Esses fenômenos alteram a periodicidade das safras e reduzem a eficiência das plantações, afetando direta e significativamente a economia do país. Além disso, a necessidade de investimentos em infraestrutura para adaptar-se e mitigar os efeitos dessas mudanças demanda recursos substanciais do governo, o que poderia ser investido em outras áreas de desenvolvimento.

Portanto, as mudanças climáticas causam prejuízos ao país em duas frentes. Primeiro, pela diminuição direta na produção econômica. Em segundo, pelo aumento nos custos para adaptação e prevenção de danos futuros.

Nesse sentido, de acordo com João Paulo Capobianco, Secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, o país perde anualmente cerca de 0,1% do seu PIB devido a esse efeitos adversos do clima.

Essa redução, apesar de parecer pequena, soma perdas significativas ao longo dos anos, afetando diversos setores, principalmente o agronegócio, que é um dos pilares da economia nacional.

Desafios para o agronegócio

O setor agropecuário, que foi um motor do crescimento econômico brasileiro no passado recente, hoje sofre com a incerteza trazida pelo “Super El Niño” e outras alterações climáticas que afetam a previsibilidade e a produtividade das safras. As revisões constantes na previsão de safras pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) são um reflexo direto desta instabilidade.

Emissões de CO₂ e desmatamento

O Brasil é o sétimo maior emissor de dióxido de carbono no mundo, com grande parte dessas emissões provenientes do desmatamento e uso inadequado da terra. Apesar de alguns progressos, como a redução de 50% na degradação da Mata Atlântica e da Amazônia em 2023, o Cerrado ainda enfrenta aumentos significativos no desmatamento, o que complica os esforços nacionais de mitigação.

Ações governamentais para mitigação e adaptação

O governo está adotando uma abordagem dupla para combater as mudanças climáticas no Brasil. A primeira frente busca mitigar as mudanças climáticas ao reduzir as emissões de carbono. A segunda estratégia foca na adaptação das infraestruturas do país para resistir aos eventos extremos inevitáveis. Isso inclui desde a modernização das infraestruturas viárias e urbanas até a promoção de tecnologias agrícolas sustentáveis desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Além disso, o governo tem buscado atrair investimentos por meio de títulos soberanos verdes e outros mecanismos financeiros que facilitam a alocação de recursos para projetos que enfrentam as mudanças climáticas, como o Fundo Clima, que financia infraestruturas resilientes a choques climáticos e empreendimentos para limpar a matriz energética brasileira.

Fontes: CNN; Nações Unidas Brasil.

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