Pesquisadores estudam transformar esterco em proteína

Cientistas do Departamento de Entomologia da Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida da Texas A&M e da Universidade Estadual do Mississippi estão trabalhando em um projeto que pretende transformar esterco em proteína. O estudo, que recebeu um subsídio de US$ 618.000 do Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, vai explorar a limpeza de esterco de fazendas leiteiras por meio de moscas-soldado negras e examinar o valor delas em rações de gado, aves e aquicultura.

O estudo, que será conduzido por Jeff Tomberlin, Ph.D., professor, AgriLife Research Fellow, Presidential Impact Fellow e diretor do Center for Environmental Sustainability through Insect Farming, e Anjel Helms, Ph.D., professor assistente e ecologista químico, ambos do Department of Entomology, já identificou que os probióticos apresentam diversos benefícios.

Segundo os profissionais, eles podem ser usados para acelerar o processo digestivo em animais, aumentar a conversão de resíduos em biomassa de insetos, diminuir os gases de efeito estufa e os odores nocivos e reduzir as preocupações com patógenos que possam estar presentes no esterco.

A professora associada e microbiologista da Universidade Estadual do Mississippi, Heather Jordan, Ph.D., examinará as larvas e o material remanescente após elas digerirem o esterco, quanto à diversidade microbiana e à segurança alimentar. A coleta de dados será realizada diariamente pela pesquisadora associada de pós-doutorado de Helms, Amber MacInnis, Ph.D., com a ajuda de estudantes.

“Estamos testando os limites da produção de mosca-soldado negra em conjunto com probióticos para ver o quão eficientes elas podem ser para grandes instalações de produção animal, neste caso, fazendas leiteiras”, disse Helms. A pesquisadora acredita que transformar o esterco em uma fonte produtiva de ração pode ser vantajoso, já que esse manejo, atualmente, traz despesas aos produtores. “Essas fazendas produzem uma enorme quantidade de resíduos. Se as moscas-soldado-negras puderem ser uma parte eficiente do processo de manejo e proporcionar outros benefícios, isso poderá ser um grande avanço em todo o setor”, falou ela.

Os experimentos são feitos em contêineres de plástico com cerca de 1,5 kg de esterco, onde são colocados 10.000 ovos de mosca-soldado negra. “É muito empolgante fazer parte desse estudo, pois ele é a solução de problemas em sua essência”, disse MacInnis. Os profissionais utilizarão probióticos com o objetivo de otimizar a conversão de resíduos da mosca-soldado negra em esterco de gado leiteiro e remover mais de 50% do nitrogênio e do potássio dos resíduos.

Transformar esterco em proteína, apesar de ser um desafio, mas os pesquisadores acreditam que o resultado tem potencial de trazer um grande benefício ambiental.

“Há potencial para camadas de benefícios econômicos e ambientais na incorporação de moscas-soldado negras no manejo de esterco”, disse Helms. “Transformar resíduos em um recurso parece bom demais para ser verdade, mas estamos entendendo cada vez mais sobre como as moscas-soldado pretas podem resolver muitos problemas”, finaliza.

(Fonte: MilkPoint)

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