Pesquisa da Embrapa revela protagonismo do Brasil na pecuária sustentável do futuro

Um estudo, realizado na Embrapa Agrossilvipastoril, no Mato Grosso, mostrou que o uso de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em diferentes combinações na pecuária sustentável teve balanço positivo nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no bioma Amazônia.

Conforme divulgou a Embrapa, a pesquisa mensurou e comparou dados de pastagem solteira de Brachiaria brizantha cv. Marandu; integração lavoura-pecuária (ILP), com dois anos de cultivo de soja na safra e milho com braquiária na segunda safra, seguido por dois anos de pecuária; integração pecuária-floresta (IPF) com renques triplos de eucalipto a cada 30 metros; e ILPF, com a mesma rotação da ILP, porém com linhas simples de eucalipto a cada 37 metros.

Os resultados ao final de quatro anos foi negativo em todos os sistemas, tendo maior sequestro de carbono do que emissões. O maior saldo foi o do sistema IPF, com 51,3 toneladas de carbono equivalente por hectare (ton/CO2eq/ha), seguido pela ILPF, com 39,5. A ILP teve saldo positivo de 18,8 ton/CO2eq/ha e até mesmo a pecuária em sistema convencional sequestrou mais carbono do que emitiu, com 26,8 ton/CO2eq/ha ao longo de quatro anos.

“Como estamos tentando propor sistemas mais sustentáveis para o Brasil, usamos como referência de comparação uma pastagem degradada. Sistemas sustentáveis são aqueles que conseguimos produzir bem, com neutralização de emissões de gases. É isso que chamamos de intensificação, é você sair de um local com baixa produção animal e de forragem para uma maior produtividade, com aumento da qualidade do solo”, disse a doutoranda no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP) e primeira autora do trabalho, Alyce Monteiro.

Bruno Pedreira, coorientador de Alyce Monteiro na pesquisa, destaca o fato de que mesmo a pecuária solteira, quando bem manejada, se mostrou eficiente no balanço de carbono equivalente. Para ele, isso indica como é possível melhorar a sustentabilidade da atividade no Brasil. Pedreira está, atualmente, na Universidade do Tennessee, mas na época do estudo era pesquisador da Embrapa.

“Fazer a pecuária de uma maneira bem-feita representa para nós a possibilidade de vender uma carne com balanço positivo de carbono. São sistemas que vão elevar a perspectiva ambiental da pecuária para o futuro. O Brasil é o País que tem potencial para fazer isso como nenhum outro”, afirma Pedreira.

(Fonte: Agência Embrapa)

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