O Brasil tem muito mais gado do que gente. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2022 o rebanho bovino cresceu pelo quarto ano consecutivo e alcançou novo recorde da série histórica, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM). O crescimento foi de 4,3%, fazendo o número de cabeças chegar a 234,4 milhões.
“A produção de bovinos vem aumentando, desde 2019, devido aos bons preços da arroba e do bezerro vivo. Houve um processo de retenção de fêmeas para reprodução, devido aos preços mais atrativos. Ainda temos em 2022, uma consequência desse comportamento iniciado no final de 2019. Mas a expectativa é de que a alta dos preços tenha se encerrado em 2022, quando observamos, também, aumento no abate de fêmeas”, aponta Mariana Oliveira, analista da PPM.
O estudo mostra que todos os efetivos animais apresentaram crescimento, exceto as codornas, que teve uma queda de 8,2%. Os plantéis de bovinos e suínos aumentaram 4,3% cada um; o de bubalinos 3,0%; equinos, 0,9%; caprinos, 3,9%; ovinos, 4,7%; galináceos, 3,8%; e galinhas, 2,4%. As produções de mel apresentaram crescimento de 9,5% e as de ovos de galinha, de 1,3%.
“Com a demanda interna enfraquecida e poder de compra da população reduzido, a exportação de produtos pecuários, sobretudo as carnes, foi a alternativa adotada para o escoamento da produção. As exportações atingiram um recorde e a China consolidou-se como importante mercado para as carnes, seja ela de frangos, suínos ou bovinos”, analisa a especialista.
Valor da produção pecuária cresce
Ainda de acordo com o IBGE, o valor de produção de todos os produtos pecuários levantados na pesquisa, incluindo os da aquicultura, tiveram um aumento de 17,5%, chegando a R$116,3 bilhões. A produção de leite concentrou 68,8% deste valor, seguida pela produção de ovos de galinha (22,4%).
Os principais produtores, segundo o ranking municipal (considerando os seis principais produtos: leite, ovos de galinha, ovos de codorna, mel, lã e casulos de bicho-da-seda) foram respectivamente: Santa Maria de Jetibá (ES), com R$ 1,6 bilhão, dos quais 95,0% são provenientes da venda de ovos de galinha, produto no qual lidera o ranking; Castro (PR), com R$ 1,2 bilhão, 98,7% proveniente da produção de leite e Bastos (SP), sendo o segundo maior produtor nacional de ovos de galinha.
Falando apenas sobre o rebanho bovino, houve crescimento em todas as Grandes Regiões em 2022. Mato Grosso lidera com 34,2 milhões de cabeças, ou 14,6% do efetivo nacional. Em seguida veio o Pará (10,6%) ultrapassando Goiás (10,4%). No ranking municipal, São Félix do Xingu (PA) manteve a liderança, alcançando 2,5 milhões de cabeças.
(Fonte: IBGE)