A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou recentemente uma propostas para aumentar a multa por infração ambiental, que antes era de R$ 50 milhões, para R$5 bilhões. O valor, segundo o texto, será revertido para investimentos nas áreas afetadas. A nova determinação altera a Lei de Crimes Ambientais, criada em 2015, após o desastre da barragem na cidade de Mariana, em Minas Gerais.
De acordo com Rogério Neves, CEO da CPE Tecnologia, empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia, essa mudança na Lei de Crimes Ambientais mostra uma crescente preocupação com as consequências de desastres. “O Brasil tem um relevo muito acidentado, o que aumenta as chances de ocorrerem catástrofes como as que já vimos em Mariana, Brumadinho e outros locais. Por isso, é essencial que sejam criados mecanismos para que as empresas e o poder público possam atuar não apenas na resolução dos casos, mas também na prevenção”, diz.
De acordo com Neves, há diversos fatores que podem indicar a probabilidade de incidentes, como encostas íngremes, solos não coesivos, erosão, chuvas fortes, inundações e a própria geologia local. Além disso, atividades de mineração, escavação e construções feitas pela atividade humana também comprometem o solo. “Os deslizamentos de terra, por exemplo, ocorrem quando uma massa de terra, rochas e outros materiais deslizam abruptamente de uma superfície inclinada, podendo ter como causa agentes naturais ou interferência de pessoas ou empresas”, afirma.
“Para evitar deslizamentos de terra é necessário ficar atento a deformações repentinas em estruturas, como rachaduras, inclinações de árvores e paredes, além do acúmulo de água em encostas e ‘bolhas’ no solo. No caso das enchentes e inundações, devemos ficar atentos à intensidade das chuvas, estado dos canais de água, drenagem lenta, e rápido aumento do nível da água Deve-se, também, levar em conta episódios anteriores de acúmulo de água, principalmente em áreas mais baixas”, destaca.
Neves acrescenta que existem medidas e estratégias que podem ser adotadas para prevenir catástrofes. “Entre elas, posso citar ações como investimentos em infraestrutura e drenagem, reflorestamento, restrições de desenvolvimento em áreas de risco, monitoramento ambiental, melhor planejamento urbano e aportes em educação e conscientização sobre o meio ambiente”, comenta.
Ele conta ainda que existem tecnologias capazes de monitorar áreas de risco, como o laser scanner, que pode ser acoplado a drones ou outros equipamentos para fazer a leitura do terreno com precisão. “Esses recursos podem ser utilizados para identificar a movimentação de paredes em grandes construções, por exemplo, além de características em terrenos que possam apontar para um risco maior de desastres. Com uma constante análise e uma base de comparação, é possível prever uma possível ruptura e assegurar a tomada de medidas que possam mitigar os riscos e o impacto ao meio ambiente em tempo hábil”, reforça.
“Vale ressaltar que cabe às empresas e ao poder público garantir a segurança das pessoas que moram e trabalham em áreas de risco. Além disso, a questão ambiental é um fator de extrema importância. Há meios de reduzir os impactos aos ecossistemas locais”, completa Neves.
(Com informações da assessoria de imprensa)