A delegação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), liderada pelo ministro Carlos Fávaro, realizou uma visita à Arábia Saudita, após uma missão no Japão. No domingo (30), ocorreu um encontro significativo entre Fávaro e Abdulrahman Abdulmohsen A. AlFadley, ministro de Meio Ambiente, Água e Agricultura da Arábia Saudita, na capital Riad.
Nesse encontro, os ministros destacaram a complementaridade entre os setores agrícolas do Brasil e da Arábia Saudita, buscando estabelecer um grupo de trabalho conjunto. O foco desse esforço conjunto é o ambicioso programa de produção sustentável de alimentos, liderado pelo Mapa, visando dobrar a área de produção de alimentos no país sem desmatamento.
Esse programa é uma resposta vital para o controle das mudanças climáticas e a garantia da segurança alimentar. O ministro saudita expressou o compromisso de sua pasta em abrir caminho para a entrada da Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário (SALIC), bem como de empresas privadas sauditas, nessa iniciativa.
Vale ressaltar que a Salic já efetuou uma importante transação no mercado brasileiro, adquirindo 500 milhões de ações da BRF por R$ 5,4 bilhões, provenientes da Marfrig. Além disso, a Salic possui uma participação significativa de 31% na Minerva.
O CEO da Salic, Mohammed bin Mansour Al-Mousa, expressou o interesse da empresa em participar do programa de produção sustentável de alimentos apresentado pelo ministro Fávaro. A empresa não apenas fará parte do grupo de trabalho governamental acordado entre o Mapa e o Ministério de Meio Ambiente, Água e Agricultura da Arábia Saudita, mas também liderará um segundo grupo no âmbito privado. Esse grupo buscará empresas sauditas interessadas na proposta e promoverá tratativas nesse sentido.
O programa ambicioso planeja recuperar e converter até 40 milhões de hectares de pastagens, o que tem potencial para quase dobrar a área de produção de alimentos no Brasil sem causar desmatamento. Esse esforço não apenas contribuirá para a segurança alimentar global, mas também ajudará a conter as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de carbono.
Adicionalmente, essa colaboração poderá estender-se ao comércio de grãos e insumos agrícolas, inserindo-se no contexto mais amplo da recuperação de pastagens de baixa produtividade. A parceria entre o Brasil e a Arábia Saudita assume um papel crucial na busca por soluções sustentáveis para os desafios alimentares e climáticos do mundo.
Fonte/Crédito: Embrapa