Projeto estuda viabilidade da produção de óleo vegetal de café

O óleo vegetal de café é pouco conhecido e fabricado no Brasil, mas possui alto valor agregado. Para ampliar o conhecimento, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está desenvolvendo um projeto que valia sua produção por aqui. O produto tem diversos usos, inclusive pela indústria farmacêutica e de cosméticos.

Segundo a pesquisadora da Embrapa, Vânia Aparecida Silva. o maquinário que realiza a extração do óleo de café possui um alto custo. “Pesquisas ainda precisam ser realizadas para aumentar o rendimento do óleo extraído por processo mecânico”, explica. Com o estudo a Epamig pretende ser difusora de tecnologias, parceira da indústria e dos produtores, além de prestadora de serviços.

Em meio ao estudo, os pesquisadores encontraram uma família de Cambuquira, em Minas Gerais, que possui uma anos.máquina e está produzindo óleos vegetais e essenciais. A empresa Abreu Silva Comércio Ltda existe há 37 anos. “O setor passou por algumas transformações e, há pouco mais de três anos, resolvemos diversificar e investir na produção de óleo de café beneficiado e do óleo de quiabo para produção de cosméticos”, conta o cafeicultor, e dono da empresa, Antônio Carlos de Abreu.

“Agendamos uma visita técnica, que foi realizada no mês de junho. […] Na oportunidade, pudemos tratar de demandas específicas sobre tecnologias de extração de óleo de café verde, bem como sobre o aproveitamento de resíduos gerados no processo de extração”, conta Vânia.

A família teve a ideia de produzir óleos vegetais após um comercial de TV que falava sobre “Diversidade do Agronegócio: Explorando a Extração de Óleos Vegetais”. “Começamos a pesquisar sobre o assunto e a fazer contato com saboarias e empresas de cosméticos, com uma boa receptividade. Durante as pesquisas pudemos observar o potencial econômico desses óleos vegetais, amplamente utilizados em diversos setores, como alimentos, cosméticos, produtos farmacêuticos e biocombustíveis”, conta Luciana Abreu, filha de Antônio Carlos.

Ela disse ainda que sua família ficou sabendo de uma pesquisa conduzida pelo pesquisador Artur Augusto Alves, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), sobre a utilização do óleo da semente do quiabo em transformadores. “Os experimentos e os parâmetros analisados comprovaram que o óleo de quiabo possui propriedades físico-químicas semelhantes às do azeite de oliva, fato que poderá proporcionar uma grande dimensão econômica à cultura do quiabo tanto na produção de óleo quanto na produção de seus coprodutos”, complementa.

“Com essa abordagem inovadora, estamos criando um ciclo sustentável, no qual os pequenos produtores se beneficiam de uma cadeia produtiva integrada, fortalecendo assim a agricultura familiar e gerando impacto positivo na comunidade”, fala o proprietário da empresa.

Os profissionais que participaram da visita técnica também discutiram sobre a possibilidade de extração de óleo de semente de uva com resíduos do processo de vinificação, realizado no Campo Experimental da Epamig em Caldas (CECD). “Acreditamos no incentivo para o aproveitamento de resíduos da vinificação para movimentar a bioeconomia circular na agroindústria. Há um potencial imenso de geração de emprego e renda com a transformação desses recursos biológicos”, ressalta a pesquisadora Vânia.

(Com informações do Canal Rural)

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