Um grupo de pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) pode revolucionar a indústria de café no mundo. Eles estão desenvolvendo o primeiro café naturalmente descafeinado. O resultado do estudo, que está em fase de teste, deve ser compartilhado nos próximos dois anos, quando as plantas produzirem os primeiros grãos descafeinados.
Em nota, o Governo de São Paulo afirmou que o estudo está em uma etapa decisiva de desenvolvimento de variedades e que o produto tem potencial comercial expressivo para atrair consumidores nos EUA e na Europa.
O órgão, que financia o projeto, divulgou ainda que “os cientistas do IAC passarão a avaliar se o café naturalmente descafeinado poderá ser produzido em escala comercial”.
Conforme publicou a Forbes em seu site, essa pesquisa acontece desde 1999, mas foi em 2004 que ela teve uma grande reviravolta. Segundo a reportagem, a cientista Maria Bernadete Silvarolla encontrou grãos de café com 0,07% de cafeína. Esse índice é inferior ao limite máximo para um café ser considerado descafeinado, que é 0,10%. O “tesouro” foi encontrado no banco de germoplasma do IAC e é oriundo da Etiópia.
Os estudiosos então fizeram o cruzamento com três das principais cultivares comerciais brasileiras, como Mundo Novo, Catuaí e Obatã Vermelho. As plantas resultantes vão agora para ensaios regionais, responsáveis por validar o produto junto ao Ministério da Agricultura.
Quando ele estará disponível no mercado?
A pesquisa é extensa e leva tanto tempo, pelo fato de o cafezal só permitir uma colheita por ano. Então, todo esse processo é demorado e a cada novo cruzamento e plantio é necessário aguardar um longo período para a próxima colheita.
Se você já está ansioso, acalme-se. Os pesquisadores dizem que ainda teremos que aguardar para provarmos o primeiro café naturalmente descafeinado. “Se a gente finalizar o trabalho em 2029, aí vai plantar esse café, e ele vai chegar ao mercado em 2033”, comentou pesquisador do IAC Júlio César Mistro em entrevista divulgada pela Forbes.
(Com informações da Forbes, Canal Tech e Governo de São Paulo)