O acúmulo de gases do efeito estufa (GEE) não trará consequências no futuro. Na verdade, elas já acontecem e são sentidas diariamente no mundo todo. O aumento da temperatura média do planeta, maior frequência de eventos extremos climáticos como furacões, tempestades tropicais, ondas de calor, secas, nevascas e até tsunamis são exemplos do impacto do aquecimento global no planeta. Para tentar frear esses gases, foi criado o mercado de carbono. Você sabe como ele funciona?
Para conter todo o volume de gases gerado, é imprescindível reduzir drasticamente novas emissões e também fazer a manutenção de extensas áreas verdes para absorver o carbono existente na atmosfera. Ou seja, usar a natureza a favor da humanidade e já existe até um mercado que comercializa isso.
O que é o mercado de carbono
Apesar de parecer novidade, o mercado de carbono surgiu no final da década de 1970, mas ganhou força na década de 1990. Um crédito de carbono equivale a uma cerca quantidade de dióxido de carbono que deixou de ir à atmosfera. A negociação desses créditos acontece da seguinte maneira: uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) é igual a um crédito.
“Empresas que são responsáveis por emissões de carbono na atmosfera de todos os setores, desde a emissão de combustíveis por aplicativos de delivery até grandes indústrias, hoje são cobradas tanto pelo consumidor quanto por investidores a compensar suas emissões”, afirma Bruno Bolzam, CEO da Vert Ecotech, startup que trabalha com a negociação de créditos de carbono.
Mas o CEO explica que a viabilidade de usar uma determinada área verde para a geração desses créditos depende de uma série de regras. Inicialmente, é preciso fazer um projeto para começar a contabilizar o volume de carbono capturado. Isso envolve a relação de espécies no local, a existência de comunidades humanas, entre outras questões. Ou seja: não é toda área que pode gerar créditos. Sua viabilidade depende da metodologia aplicada.
“Tivemos um grande avanço no setor e, atualmente, existe metodologia reconhecida internacionalmente que permite explorar as reservas para seu potencial de captura de carbono, o que no modelo anterior não era possível”, diz.
Existe também a possibilidade de trabalhar diretamente com esse mercado, fazendo a intermediação entre negócios poluentes e geradores de créditos. Para essas empresas, existe a necessidade de ter uma metodologia reconhecida por agentes internacionais, como a ONU, por exemplo.
No mercado de carbono, os créditos podem ser comprados ou gerados de diferentes formas como fazendo reflorestamento, manejo sustentável do solo, adoção de sistemas agroflorestais, troca de matriz energética, gestão de resíduos, entre outras práticas que possibilitam o sequestro de carbono da atmosfera.
(Com informações da Assessoria de Imprensa e Estadão)