Fusões e aquisições no agronegócio

Agtechs alavancam fusões e aquisições no agronegócio

Um levantamento realizado pela KPMG mostrou que a atividade de fusões e aquisições no agronegócio continua aquecida no Brasil. De acordo com os dados, em 2022 foram realizadas 117 transações envolvendo empresas integrantes da cadeia de valor do setor. O número representa quase o dobro das transações contabilizadas em 2021 (57) e o triplo das contabilizadas em 2020 (39).

O agronegócio foi responsável por 7% de todas as operações de fusões e aquisições realizadas no país em 2022. Isso indica um aumento da participação em relação aos anos anteriores. Contudo, de acordo com Giovana Araújo, sócia-líder de agronegócio da KPMG no Brasil, a performance ainda está aquém do potencial do Agronegócio, considerando a representatividade do setor no Produto Interno Bruto (PIB) do país, de 27,4%, segundo dados de 2021 do CEPEA/ESALQ Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo.

“É sempre bom lembrar que, conceitualmente, o agronegócio integra uma cadeia de valor em torno da produção agropecuária ou “dentro da porteira”, com atividades a montante ou “antes da porteira” (essencialmente insumos) e as atividades à jusante ou “depois da porteira” (agroindústria e agroserviços)”, explicou ela.

A atividade de agroserviços foi a campeã em fusões e aquisições em 2022, sendo responsável por 76% das transações. As empresas de insumos para o agronegócio representaram 14% das transações. Já as agroindústrias representaram 10%.

Um dado interessante do levantamento é o fato de cerca de 80% dos negócios envolveram empresas de tecnologias. “É um indicador do crescente apetite por soluções tecnológicas e de inovação, além de novos modelos de negócios”, afirma Araújo.

Em relação à cadeia de insumos, o destaque ficou para as operações envolvendo empresas distribuidoras de insumos, revelando uma forte tendência de consolidação do segmento. Já no segmento da agroindústria, o destaque ficou para as empresas atreladas ao segmento de alimentos e bebidas.

“A predominância das chamadas transações domésticas, realizadas por empresas brasileiras e em território nacional, é outra característica interessante da atividade de fusões e aquisições no Agronegócio em 2022”, garante Giovana. Ela explica que das 117 negociações contabilizadas pela KPMG no setor ao longo do ano, 75% envolveram empresas de capital majoritário brasileiro adquirindo, também de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil, enquanto 24% foram de empresas de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil, e 1% de empresa de capital majoritário brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior.

“Esses números indicam que o combustível por trás da atividade de fusões e aquisições no Agronegócio ainda é a geração de caixa e oportunidades ligadas às empresas de capital nacional, apesar do apetite digno de nota do capital estrangeiro para investimentos no setor no país, e que o potencial de internacionalização das empresas do setor no país continua inexplorado”, comenta.

Os valores mostram que existe o uso cada vez mais intensivo de tecnologia, além da busca contínua por inovação. “Esses são elementos fundamentais para o crescimento sustentável da atividade produtiva e alavancas imprescindíveis para a geração de valor econômico e impacto socioambiental das empresas”, conta Araújo.

Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em parceria com a KPMG revelou que a inovação está presente em na maioria das discussões estratégicas dos empreendimentos rurais de uma amostra nacional composta predominantemente por empresas familiares de grande porte. Mostrou ainda que as parcerias com startups e hubs de inovação estão presentes na realidade de 23% dos integrantes da amostra. “”É um termômetro da mudança potencial ainda por vir no agronegócio no Brasil e um alerta para a importância da construção de empresas ágeis, com capacidade de adaptação e aprendizado em um ambiente de negócio em incessante transformação e disrupção”, finaliza.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

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